Mesmo com guerra, Brasil possui estoque de fertilizante até outubro

Segundo a avaliação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil possui em estoque fertilizante suficiente para o plantio até o início da próxima safra, em outubro de 2022. Segundo o CEO do Grupo VMX, Carlos César Floriano, “O governo brasileiro já trabalha em alternativas para garantir a compra de fertilizantes em decorrência da guerra entre a Rússia e Ucrânia”, esclarece. 

A segunda safra do milho já está em andamento, desta forma, a adubação necessária já está garantida. A safra de verão, que será realizada entre os meses de setembro e outubro, o que de certa maneira é preocupante, porém, existe a confirmação do setor privado de que há estoques de embarque suficientes para chegar nestes meses e suprir eventuais carências de fertilizantes. 

O Brasil já procura por novos parceiros, caso seja confirmada a diminuição na importação dos fertilizantes com origem na Bielorrússia e a Rússia. Conforme informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, já está disponível um grupo de acompanhamento que está em constante diálogo com indústria, produtores, logística e infraestrutura para manter a calma neste momento e analisar todos os cenários possíveis.

Além disso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está pesquisando alternativas para aumentar a eficácia nas plantações e reduzir o uso de fertilizantes químicos. Estratégias de promoção e financiamento também estão sendo desenvolvidas para aumentar a produção de insumos biológicos, fertilizantes minerais orgânicos, nanotecnologia e agricultura digital, afinal, o Brasil possui uma agricultura forte e tem alternativas para continuar o plantio das safras.

Nos próximos dias, o governo brasileiro deverá informar sobre o Plano Nacional de Fertilizantes que já está em desenvolvimento desde o ano passado em colaboração com outros ministérios e o setor privado para reduzir a dependência do Brasil das importações de fertilizantes. 

É necessário que o Brasil trate essa questão como segurança nacional e alimentar. Este plano em estudo já estava ocorrendo mesmo antes dos indícios de uma eventual guerra que poderia interferir na importação de insumos tão importantes para o agronegócio brasileiro. Por este plano inicial, o Brasil deve ser autossuficiente entre 50 a 60% na produção nacional de fertilizantes.

Carlos César Floriano explica a atual importação

Nos dias atuais, o Brasil é considerado o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, respondendo por cerca de 8% desse volume, e o maior importador mundial. 

O Brasil compra de outros países cerca de 80% de todos os fertilizantes utilizados ​​nas plantações do agronegócio no país. Um bom exemplo é o potássio, cuja importação se aproxima dos 95%, sendo produzido em solos brasileiros apenas 5%. Atualmente a Rússia é responsável por fornecer ao Brasil aproximadamente 25% dos fertilizantes utilizados na agricultura nacional.

Este país é considerado o maior vendedor mundial de fertilizantes que, no ano de 2020, exportou US$ 7,0 bilhões. Somente para o Brasil, a Rússia exportou deste tipo insumo US$ 1,79 bilhão.

Quando o assunto são os fertilizantes de potássio, a Rússia representa cerca de 20% de toda a produção global e exporta para o Brasil 28% do consumo nacional deste produto. Em relação aos fertilizantes nitrogenados, a Rússia é o segundo maior produtor mundial e exporta para o Brasil 21% de sua produção.

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