Cadastro vitícola é implantado pela Embrapa e o Mapa

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Uva e Vinho e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) assinaram o Termo de Execução Descentralizada (TED) para implantar o Cadastro Vitícola Nacional na esfera do Sistema Nacional de Vinhos e Bebidas (Sivibe). Com o estabelecimento do Cadastro Vitícola Nacional, o país manterá um banco de dados com os perfis da viticultura do Brasil, que ajudará a desenvolver políticas aplicadas nas preferências e necessidades da cadeia produtiva. 

Parte da proposta inclui também a revisão e atualização das bases de dados dos cultivos e portas-enxerto para a análise temática sobre as condições de colheita e a divulgação dos dados reportados à Organização Internacional da Vinha e do Vinho. Com base nas informações do Cadastro Nacional, além de acompanhar e apurar a necessidade de aperfeiçoamento do sistema, serão publicadas regularmente informações sobre o setor da cultura vitícola nacional.

As atividades que serão realizadas pela Embrapa incluem a conscientização e mobilização dos viticultores das principais regiões produtoras do país para o preenchimento correto do cadastro. O acordo prevê um investimento de cerca de 300 mil reais nos próximos dois anos. 

Na conferência, líderes do setor se reuniram presencialmente e virtualmente, e Marlos Schuck Vicenzi, Coordenador de Regulação de Vinhos e Bebidas do Mapa, apresentou o primeiro painel da viticultura originado pelo Sivibe com informações referentes até a safra de 2021, que foi o primeiro comunicado divulgado pelos produtores do Rio Grande do Sul e de outros estados contendo informações dos produtores de uva. 

“O novo sistema permite que os usuários realizem consultas usando diferentes filtros para procurar os dados de interesse”, frisou, destacando os diversos instrumentos interativos disponíveis no cadastro, tais como relatórios, gráficos, e mapas.

As exportações das informações para uma planilha também estão disponíveis. O Coordenador destacou que, pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), apenas as informações públicas podem ser acessadas. 

De acordo com José Fernando da Silva Protas, pesquisador coordenador do projeto Embrapa Uva e Vinho, as visitas ao centro de produção, que responde por 95% da produção total do país, devem começar em maio.

“Além de visitar as principais áreas produtoras e capacitar os pontos focais do departamento competente do Ministério da Agricultura, será criado um ‘call center‘ para sanar as dúvidas sobre o preenchimento e a atualização do cadastro todos os anos”, destacou.

Conforme Glauco Bertoldo, diretor de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o processo será todo verificado por técnicos do Ministério e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, reunidas trimestralmente, com o objetivo de alinhar as expectativas e necessidades da indústria com os produtos entregues. “Os dados gerados serão transparentes e deverão ser úteis ao setor produtivo e ao governo, principalmente na orientação de políticas públicas no setor vitivinícola”, diz. 

Hélio Marchioro, representante da Federação das Cooperativas de Vinho do Rio Grande do Sul, destacou que a entidade ininterruptamente defendeu a necessidade de planejamento e administração pública do Cadastro Nacional. “Esperamos que o Brasil conheça, em pouco tempo, toda a sua viticultura e, principalmente, veja seu potencial”, observou.

Para Deunir Argenta, da União Brasileira Vitivinicultura (Uvibra), o censo permitirá acompanhar as mudanças na indústria vitivinícola, como a falta ou excesso de vinho ou variedades americanas no mercado. 

“Com os dados cadastrais, teremos uma visão de produção que nos dará um norte. Conseguiremos acompanhar, entender o mercado e planejar”, explicou. 

Destaques da colaboração entre a Embrapa e o Mapa: 

– Constituir parceiros qualificados com base na internalização conceitual e operacional dos processos relacionados com o Cadastro Vitícola Nacional;

– Planejar e realizar visitas às principais regiões vitivinícolas do Brasil;

– Construir o banco de dados do Sivibe. Atualizar os dados sobre cultivares e portas-enxerto de uva; e,

– Acompanhar a descrição do panorama da vitivicultura do Brasil por meio da elaboração de relatórios.

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