Carlos César Floriano comenta demonstração da antena 5G em Londrina

Consulta veterinária digitalizada, sistemas embarcados em máquinas agrícolas, internet das coisas para a tomada de decisões e centro de soluções com conexões entre máquinas formam as estações técnicas com demonstrações de experiência da tecnologia de internet 5G para o agronegócio. Segundo Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX Agro, “as soluções inovadoras foram apresentadas no lançamento da antena 5G no espaço de Vitrine de Tecnologias da Embrapa Soja, em Londrina, Paraná”, explica.

A agenda na cidade, considerada Polo de Inovação Agro pelo Ministério da Agricultura, é a primeira demonstração de 5G para o agro que salienta o potencial das Agtechs (startups voltadas ao setor) e do desenvolvimento de novos produtos, serviços, processos em sinergia com o campo e com o potencial de transmissão e armazenamento de dados que a tecnologia disponibiliza.

Em parceria com o Ministério das Comunicações, serão instaladas antenas de conexão 5G como pilotos para o leilão da tecnologia, que acontece ainda este ano no Brasil. Assim, para o agro, os projetos demonstrativos são conduzidos em cidades selecionadas pela referência de suas instituições de pesquisa agropecuária e universidades e pelo potencial de gerar mais tecnologias a partir da sinergia nos ecossistemas e arranjos regionais.

“As instalações e testes das antenas 5G em regiões de destaque no agro já foram realizadas em Rondonópolis (MT), na área do Instituto Mato-Grossense de Algodão (IMAmt), e em Sorocaba (SP), na área do Centro Universitário Facens”, informa Carlos César Floriano.

A tecnologia a serviço do campo

A agenda na Embrapa Soja reproduziu a experiência de um dia de campo tradicional, com circuito por estações técnicas, nas quais os participantes conheceram e interagiram com startups e suas soluções em desenvolvimento, assim como com iniciativas que já estão disponíveis e serão positivamente impactadas pela qualidade da conexão 5G no campo.

Conforme informações de Carlos César Floriano, “o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já possui uma parceria estabelecida com a Embrapa Soja, para avançar na construção de uma fazenda digital (smart farm)”, que complementa: “por isso, conectar o 5G com esse ambiente tem o real condão de alavancar a agricultura digital na região e ampliar o resultado para todo o agro”.

Na estação palco principal, com o uso de um óculos de realidade mista, o visitante pode conferir como é realizada uma consulta veterinária digitalizada. É a versão da telemedicina para a área veterinária.

Utilizando o equipamento, é possível escanear características como estrutura corporal, precocidade, musculosidade, umbigo, raça, aprumos, sexo do animal, o que permite gerar dados para aumentar a acuracidade da tomada de decisão.

“A tecnologia associada ao 5G permite a assistência remota de veterinários em tempo real, reduzindo o custo e tempo de deslocamento, garantindo as melhores práticas no manejo dos animais e possibilitando queda na taxa de mortalidade do rebanho” diz Carlos César Floriano.

O potencial do 5G ainda foi demonstrado por meio de sensores em drones que transmitem dados técnicos fundamentais para a tomada de decisão de pesquisadores e produtores. A partir de tecnologias e algoritmos focados em inteligência agronômica será possível aumentar a velocidade da geração de mapas e informações, o que implica menos prejuízos agrícolas, ganhos quantitativos e qualitativos nas operações e manejo inteligente com maior sustentabilidade e rentabilidade do agronegócio.

Também foi demonstrado um pulverizador que determina as áreas que serão pulverizadas após monitoramento da área por drone. O arquivo é encaminhado à central da máquina que apenas abre o bico e despeja o produto necessário nas áreas selecionadas na análise digital, gerando eficiência e economicidade para o produtor.

Ecossistema de inovação em Londrina

Londrina é considerada um berçário de startups e de soluções inovadoras, pois tem instituições fortes na formação de know-how e massa crítica de qualidade, além de ter tradição em pesquisa e desenvolvimento para o agro. É um ecossistema de inovação muito robusto para dar sustentação às empresas de base tecnológica que irão combinar as tecnologias da 4ª Revolução Industrial com sistemas inteligentes para tomada de decisão agronômica no campo.

“A vocação para o agronegócio e a inovação se destacam em Londrina, desde a década de 1970, quando a cidade recebeu a unidade Soja da Embrapa e criou o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), atualmente incorporado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR)” avalia Carlos César Floriano.

Com o desenvolvimento tecnológico no campo e o grande número de Agtechs, a região de Londrina formou a governança Agrovalley. É nesta rede interorganizacional que pessoas, empresas e entidades são incentivadas e integradas para a promoção da inovação do ecossistema do agro. Segundo Carlos César Floriano, “atualmente, reúne 56 startups, sendo 61% delas com ideias e soluções estruturadas com validação do mercado e outras 36% com clientes consumidores das soluções oferecidas”, explica.