O CEO do Grupo VMX Agro, Carlos César Floriano, destacou dados relevantes sobre a safra de grãos 2020/21 que deve alcançar a marca de 264,8 milhões de toneladas, conforme estimativa do 4º Levantamento da Safra de Grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O montante equivale a um crescimento de 7,9 milhões de toneladas (3,1%) em comparação com a safra 2019/20. “São números extremamente positivos e reforça o otimismo para o próximo ano”, comemora Carlos César Floriano.
A soja é o produto que mais impulsiona a projeção apresentada nesta quarta-feira. A produção do grão na safra 2020/21 pode chegar a 133,7 milhões de toneladas. A oleaginosa representa cerca de 50% da colheita total de grãos no Brasil.
A colheita já começou em Mato Grosso, segundo dados desta semana da Companhia no Progresso de Safra. “Principal estado produtor de soja, a produção poderá chegar a 35,43 milhões de toneladas, com uma ligeira queda em relação ao estimado na safra anterior, apesar da expectativa de aumento na área plantada.
O resultado é reflexo da projeção de menor produtividade, uma vez que as condições climáticas de 2019 não se repetiram até então”, informa a Conab.
“A soja tem um papel importantíssimo no indicador como um todo”, explica Carlos César Floriano.
Outro grão de destaque é o milho. Com produção total estimada em 102,3 milhões de toneladas, a primeira safra do cereal deve ter queda de 6,9%. As condições climáticas desfavoráveis no momento do cultivo da primeira safra influenciaram a produtividade, principalmente no Sul do país.
No Rio Grande do Sul, a diminuição foi estimada em 11%. Com isso, a produção tende a ser 9,3% menor. Em Santa Catarina, os percentuais de queda na produtividade e na colheita da primeira safra chegam a 14% e 12,7% respectivamente. Em ambos os estados, a área destinada ao plantio deve crescer, o que reduz um pouco a queda no volume de produção.
No caso do arroz, o aumento de área foi menor do que o esperado, principalmente pelo fato de as chuvas não abastecerem satisfatoriamente as barragens que fornecem água para as lavouras irrigadas na Região Sul. Além do menor aumento de área, as condições climáticas também impactaram a produtividade. Assim, a produção deve atingir 10,9 milhões de toneladas, queda de 2,5% em comparação com a safra anterior.
O levantamento traz uma revisão da periodicidade e metodologia do quadro de oferta e demanda de arroz. A Conab alterou a janela de análise anual de cada safra, passando do período de março a fevereiro para janeiro a dezembro.
Esta mudança já era solicitada pelo setor e visa trazer maior transparência e precisão nas estimativas de estoques, uma vez que, ao estimar o estoque de passagem em fevereiro, era preciso desconsiderar o produto novo colhido nos primeiros meses do ano. Isto gerava dificuldade na extração de tal informação, além de poder levar a uma interpretação equivocada do quadro de suprimento, em vista que o estoque físico real, ao final de fevereiro, é sempre maior do que o publicado como estoque de passagem.
Com esta mudança, o estoque físico real, ao final de dezembro, será igual ao publicado como estoque de passagem no fim do mesmo mês, pois a colheita do arroz inicia-se apenas em janeiro de cada ano.