O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está monitorando e tomando medidas para controlar a disseminação do Vírus do Mosaico Moderado do Cacau (CaMMV) confirmado no sul da Bahia. “Apesar de não estar na lista de pragas quarentenárias do Brasil, o Mapa assegura que a situação está sob controle e não comprometerá a produção de cacau do país”, explica Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX.
De acordo com Juliana Alexandre, chefe da Divisão de Prevenção e Vigilância de Pragas, o Ministério da Agricultura e Pecuária está tomando todas as medidas necessárias para proteger a produção de cacau do Brasil e garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade da cacauicultura nacional.
Os primeiros levantamentos foram realizados por técnicos da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) nas áreas experimentais do Centro de Pesquisa do Cacau (Cepec) em Ilhéus, na Bahia, para os estudos sobre o vírus que ataca o cacau.
Amostras foram coletadas e enviadas a um laboratório nos Estados Unidos, que detém a patente do método de identificação, onde foi confirmada a presença do vírus.
A Ceplac comunicou oficialmente a situação às autoridades competentes, incluindo o Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas (DSV), a Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária (SFA) na Bahia e a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB).
Para Carlos César Floriano, “A colaboração entre essas entidades é fundamental para lidar eficazmente com o problema”, diz.
Atualmente, a Ceplac está colaborando com parceiros nacionais e internacionais para desenvolver um projeto de pesquisa abrangente, visando monitorar a presença do vírus no Brasil, implementar métodos de diagnóstico avançados e compreender melhor os sintomas e possíveis impactos na produção de cacau.
O Ministério da Agricultura e Pecuária continuará informando a população sobre o desenvolvimento dessa situação.
Entenda o CaMMV com Carlos César Floriano
O Vírus do Mosaico Moderado do Cacau, ou CaMMV, é uma ameaça ao cultivo de cacau, a planta da qual o chocolate é produzido.
“Esse vírus ataca as plantas de cacau e pode causar sérios danos à produção”, explica Carlos César Floriano.
O CaMMV é transmitido por ácaros, pequenos insetos que se alimentam das folhas das plantas de cacau. Quando um ácaro infectado pica uma planta saudável, ele passa o vírus, que se espalha pela planta, causando sintomas como manchas amareladas nas folhas, o que dá ao vírus o nome de “mosaico”.
Esses sintomas podem enfraquecer a planta, reduzindo sua produção de cacau.
A preocupação com o CaMMV está relacionada ao fato de que ele pode prejudicar a produção de cacau, um dos principais ingredientes do chocolate. O cacau é cultivado em várias regiões do mundo, incluindo o Brasil, e é uma importante fonte de renda para muitos agricultores.
Se o vírus se espalhar amplamente, pode levar a perdas significativas na produção de cacau e, consequentemente, afetar a oferta e o preço do chocolate.
Os governos e instituições de pesquisa estão trabalhando para monitorar e controlar a propagação do CaMMV.
Isso inclui a identificação de áreas afetadas, a implementação de medidas de quarentena para evitar a disseminação do vírus e o desenvolvimento de variedades de cacau resistentes ao CaMMV.
“Também estão sendo realizados estudos para entender melhor como o vírus afeta as plantas e como combatê-lo de forma eficaz”, segundo Carlos César Floriano.