A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou na terça-feira, 11 de janeiro de 2022, a 4ª estimativa para a safra de grãos do período de 2021 e 2022 em comparação à temporada de 2020 e 2021, onde o aumento deve ser de 32 milhões de toneladas, o que corresponde a um incremento de 12,5% quando comparado ao período anterior. Os produtores brasileiros devem colher um volume total de 284,4 milhões de toneladas. Conforme informa Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “Os grandes destaques foram o recorde de produção na safra do trigo e o aumento de área semeada da soja”, avalia.
As previsões de produção na região Centro-Oeste ajudam a manter as expectativas de maior produção de grãos, mesmo que as condições climáticas desfavoráveis no sul do país afetem a produção de milho e soja, que ainda está estimada em 24,8 milhões de toneladas. Atualmente, a produção total de milho está estimada em 112,9 milhões de toneladas, considerando a 1ª, 2ª. e 3ª. safras.
A área de soja cresceu 3,8%, para cerca de 140,5 milhões de toneladas, o que mantém o Brasil como o maior país produtor mundial desta qualidade de grão.
A safra de 2021 do trigo foi concluída com uma produção total de 7,7 milhões de toneladas. Apesar das condições climáticas adversas, o resultado final foi superior ao da safra anterior, com estiagens prolongadas e alguns ciclos registrando a incidência de geadas, reduzindo o potencial de produção. No entanto, o bom crescimento da área cultivada neste período favoreceu positivamente o desempenho deste tipo de cultura.
Algumas safras também representaram aumento de produção e, consequentemente, bons números, como é o caso do algodão que apresentou crescimento em um total de 1,5 milhão de hectares, e com a produção de pluma estimada em 2,7 milhões de toneladas, o que representa 12,5% na área a ser semeada quando comparada com o período anterior. Agora, no caso do arroz, este apresentou uma redução na ordem de 0,7% na área a ser plantada. Isso é decorrente, principalmente, à produção estimada de 11,38 milhões de toneladas que está se adequando ao cenário do mercado atual.
O mercando segundo Carlos César Floriano
No mercado externo, o destaque é o algodão em pluma, cujo volume anual exportado ultrapassou 2 milhões de toneladas pelo segundo ano consecutivo, 58% superior à média dos últimos cinco anos. Quanto à soja, o Brasil exportou 86,1 milhões de toneladas, superando assim, o recorde de 2018.
No estudos realizados, a Companhia Nacional de Abastecimento também elevou em 2,5% a previsão para as exportações de algodão no próximo ano, para 2,05 milhões de toneladas. Já no caso da soja as exportações estão estimadas em 89 milhões de toneladas, um recorde. Para o milho, a safra dos anos de 2020 e 2021, que vai de fevereiro a janeiro, deve terminar com exportações de 20,5 milhões de toneladas, ante 19,2 milhões no levantamento anterior. Com isso, os estoques finais da safra de milho estão previstos em 8,8 milhões de toneladas.
“Quanto ao trigo, estima-se que a colheita seja inferior em relação ao último levantamento”, explica Carlos César Floriano. A estimativa agora é que os estoques de passagem encerrem o ano em 280.000 toneladas, volume maior ao que foi notado na safra no período dos anos de 2020 e 2021, contudo, com diminuição quando comparado ao levantamento mais recente, quando se estimava o fim do ano-safra com 410.000 toneladas estocadas.