Na quarta-feira, 26 de abril de 2023, foi publicada a Portaria que renovou o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária (Mapa).
Os estados contemplados por esta renovação foram a Bahia, o Mato Grosso, o Mato Grosso do Sul, o Maranhão, o Piauí, o Pará, Rondônia, o Tocantins, o Acre e o Distrito Federal.
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático é uma ferramenta de análise de risco que apoia a tomada de decisões no campo, considerando a probabilidade de mudança climática com base em dados climáticos históricos, levando em consideração também outras propriedades, tais como, o tipo de solo e a a lavoura que será desenvolvida no local.
Áreas e épocas de plantio foram simuladas especialmente com relação à soja, com rendimentos inferiores com variações entre 20 a 40%, principalmente a ocorrência de seca durante a fase reprodutiva da planta
Novos parâmetros e fatores de risco foram considerados relacionados a problemas de água e calor, incluindo a probabilidade de congelamento. Além disso, foi introduzida uma nova abordagem dos riscos relacionados com a água no solo, que permitirá em breve combinar os conceitos de manejo do solo e sistemas de produção.
As pesquisas para desenvolver uma nova versão do Zoneamento Agrícola de Risco Climático para soja começaram em 2021 e foram confirmadas em 2022 em encontros regionais e nacionais realizados com os principais participantes da cadeia produtiva da soja.
A principal diferença neste renovado Zoneamento Agrícola de Risco Climático da Soja é a classificação dos solos, que a partir da publicação da Portaria, foi introduzida uma nova metodologia que define seis classes de água disponível. (AD1, AD2, AD3, AD4, AD5, AD6), que leva em consideração sua composição completa, composta por teores de areia, silte e argila.
No modelo antigo do Zoneamento Agrícola de Risco Climático os tipos de solo consistiam principalmente em seu teor de argila.
As águas subterrâneas disponíveis (AD) devem ser estimadas para cada área de produção com base em sua composição estrutural, conforme determinado por uma análise de solo padrão.
A avaliação utiliza uma equação adaptada aos diversos tipos de solos brasileiros, resultado de estudo recente da Embrapa sobre o assunto, que oferece maior precisão nas avaliações de risco e descreve melhor a realidade em diferentes terras do Brasil em comparação com os três tipos utilizados anteriormente.
Todas as novas atualizações do Zarc construídas desde 2022 já usam o sistema 06ADs.
No entanto, a maioria das zonas já lançadas continuarão a ter resultados em “3 terrenos” até que sejam gradativamente substituídas por novas versões atualizadas do sistema. A soja é a primeira cultura utilizada neste novo formato.
A soja se adapta muito bem ao clima e ao solo do Brasil dos dois lados da linha do equador. Dentre os fatores climáticos que mais afetam o desenvolvimento e a produtividade da soja, a disponibilidade de água é o que mais afeta a produção de grãos.
Com relação às necessidades hídricas do cultivo da soja, o ideal é ter cerca de
50 a 800 mm de água disponível durante a estação de crescimento da cultura, que varia de acordo com a rotação de variedades, desenvolvimento da planta e condições climáticas.