O setor agrícola brasileiro está passando por uma revolução energética com a crescente adoção de fontes renováveis, como a energia solar e a biomassa. Essas tecnologias não apenas ajudam a reduzir os custos operacionais, mas também, contribuem para a sustentabilidade ambiental. “A transição para essas fontes de energia é fundamental para garantir um futuro mais verde e eficiente para o agronegócio no Brasil”, explica Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX.
Nos últimos anos, o Brasil se destacou como um dos líderes globais na produção de energia renovável.
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a capacidade instalada de energia solar cresceu 73% apenas em 2021, e esse crescimento se reflete no campo.
Fazendas estão investindo em painéis solares para suprir suas necessidades energéticas, reduzindo a dependência de fontes fósseis e diminuindo a emissão de gases de efeito estufa.
“A energia solar se tornou uma alternativa viável para os produtores rurais, não apenas por sua sustentabilidade, bem como, pela economia que proporciona”, afirma Carlos César Floriano. Com a instalação de sistemas fotovoltaicos, muitos agricultores têm conseguido cortar seus custos com eletricidade em até 95%.
Carlos César Floriano e a biomassa
Além da energia solar, a biomassa é outra fonte renovável que vem ganhando espaço nas fazendas brasileiras.
Derivada de resíduos agrícolas, como bagaço de cana-de-açúcar e palha de milho, a biomassa é utilizada para gerar energia e até biocombustíveis.
Esse processo não apenas ajuda a diminuir os desperdícios, mas oferece também uma alternativa econômica para a produção de energia nas propriedades rurais.
Estudos mostram que a utilização de biomassa pode atender a cerca de 30% das necessidades energéticas de uma fazenda típica.
Em regiões onde a disponibilidade de biomassa é alta, os agricultores têm encontrado nessa alternativa uma forma de tornar suas operações mais autossustentáveis.
“Utilizar resíduos para gerar energia é uma maneira inteligente de agregar valor ao que antes seria descartado”, observa Carlos César Floriano.
A adoção dessas fontes de energia renovável traz diversas vantagens. Primeiramente, a energia solar e a biomassa ajudam a diminuir os efeitos das oscilações nos preços dos combustíveis fósseis, proporcionando uma maior previsibilidade financeira para os agricultores.
Em um cenário onde o custo dos insumos está em constante alta, essa estabilidade pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma safra.
O uso de energias renováveis está alinhado com as tendências de mercado que valorizam práticas sustentáveis. Cada vez mais, consumidores e empresas estão exigindo produtos que respeitem o meio ambiente.
Ao investir em energia limpa, os agricultores não só reduzem seus custos, mas também, melhoram sua imagem no mercado, aumentando a competitividade de seus produtos.
Contudo, a transição para fontes de energia renovável ainda enfrenta desafios. Um dos principais obstáculos é o investimento inicial necessário para a instalação dos sistemas.
Apesar da economia a longo prazo, especialmente pequenos agricultores podem se sentir desencorajados pela necessidade de capital para os primeiros passos. Programas de financiamento e incentivos fiscais são fundamentais para viabilizar essa transformação.
Outro desafio diz respeito à conscientização. Muitos produtores ainda desconhecem as vantagens das energias renováveis ou têm receio de investir em tecnologias novas.
“Campanhas educativas e a troca de experiências entre agricultores podem ajudar a desmistificar o processo e incentivar a adoção dessas tecnologias”, aponta Carlos César Floriano.
A interconexão das propriedades rurais com a rede elétrica é um ponto importante. A capacidade de injetar energia excedente na rede e receber créditos em conta pode aumentar a viabilidade econômica das instalações.
O apoio governamental e a regulamentação adequada são fundamentais para garantir que essa integração ocorra de forma eficiente e segura.
A combinação de energia solar e biomassa tem o potencial de transformar o agro brasileiro em um modelo de sustentabilidade. À medida que mais fazendas adotam essas tecnologias, o impacto positivo sobre o meio ambiente e a economia pode ser significativo.
O Brasil, com sua vasta extensão agrícola e potencial solar, está em uma posição privilegiada para liderar essa mudança.