A crescente demanda por práticas sustentáveis e socialmente responsáveis tem impulsionado uma mudança significativa no agronegócio e na pecuária. Empresas do setor estão cada vez mais sujeitas a investigações relacionadas aos critérios ESG (Ambiental, Social e Governança), influenciando diretamente investimentos, parcerias comerciais e regulações governamentais. Segundo Carlos César Floriano, CEO doGrupo VMX, “O agronegócio moderno precisa alinhar produtividade com responsabilidade socioambiental para garantir perenidade no mercado global”.
Os critérios ESG têm sido fundamentais na tomada de decisões financeiras, influenciando desde linhas de crédito até o fechamento de contratos com grandes redes varejistas.
O setor agropecuário, historicamente associado a desafios ambientais e sociais, enfrenta um escrutínio crescente. Investidores institucionais exigem relatórios detalhados sobre emissões de carbono, uso de recursos hídricos e condições de trabalho nas propriedades rurais.
A falta de transparência pode resultar na perda de acesso a mercados e sanções financeiras. Estudos apontam que consumidores estão mais propensos a escolher produtos oriundos de cadeias produtivas que seguem diretrizes ESG.
Supermercados e restaurantes têm priorizado fornecedores que comprovam boas práticas socioambientais, levando fazendeiros e pecuaristas a adotarem certificações e auditorias independentes.
Para Carlos César Floriano, “O compromisso com a sustentabilidade não é somenteuma exigência legal, mas um diferencial competitivo essencial”.
Impacto regulatório e exigência de conformidade
A legislação ambiental tem se tornado mais rigorosa, exigindo que produtores rurais ajustem suas práticas. Normas como o Código Florestal Brasileiro impõem restrições ao desmatamento, obrigando a recuperação de áreas degradadas.
Políticas internacionais, como o European Green Deal, ou seja, o Pacto Ecológico Europeu, também dificultam a exportação de commodities oriundas de regiões desmatadas recentemente.
As auditorias ESG também passaram a ser adotadas por bancos e instituições de crédito, que condicionam o financiamento às boas práticas ambientais e sociais.
Pequenos e médios produtores que não se adequarem podem perder acesso a incentivos fiscais e linhas de crédito especializadas, comprometendo sua competitividade no setor.
Outro ponto relevante é o impacto sobre a pecuária. Grandes frigoríficos impuseram critérios mais rígidos para a compra de gado, exigindo que os fornecedores não estejam envolvidos em desmatamento ilegal ou trabalho análogo à escravidão.
Com isso, pecuaristas precisam investir em rastreabilidade, utilizando tecnologias como blockchain para garantir a origem de seus produtos.
“A transparência na cadeia produtiva é um dos pilares para a sustentabilidade do setor agropecuário”, destaca Carlos César Floriano, reforçando que a adaptação às exigências ESG é fundamental para a manutenção dos mercados.
Carlos César Floriano e os desafios e oportunidades para o agronegócio brasileiro
Embora as investigações ESG representem desafios para o agronegócio, também criam oportunidades para o desenvolvimento de novos modelos de produção.
Práticas regenerativas, como o plantio direto e o uso de bioinsumos, estão ganhando espaço como alternativas sustentáveis. Empresas do setor têm investido em soluções tecnológicas, como sensores de solo, drones para monitoramento ambiental e softwares de gestão agrícola.
Ademais, certificações como Rainforest Alliance e Fair Trade, que são sistemas que promovem práticas agrícolas sustentáveis e comércio ético, agregam valor aos produtos, possibilitando a exportação para mercados mais exigentes.
O Brasil, sendo um dos maiores exportadores de commodities do mundo, precisa garantir que suas cadeias produtivas estejam alinhadas às diretrizes internacionais de sustentabilidade.
Carlos César Floriano ressalta que “A evolução do agronegócio está diretamente ligada à capacidade de adaptação às novas exigências globais”. Ele aponta ainda que os produtores que investirem em boas práticas ambientais e sociais estarão um passo à frente, garantindo maior segurança financeira e reputacional.
A tendência é que o ESG continue a ditar os rumos do agronegócio nos próximos anos, redefinindo padrões produtivos e exigindo maior comprometimento das empresas do setor.
A capacidade de se adaptar a essa nova realidade será decisiva para a sustentabilidade econômica e ambiental do agronegócio brasileiro.