O Brasil ocupa papel central na segurança alimentar e nutricional mundial e, mesmo durante a pandemia de Covid-19, não deixou de produzir o suficiente para atender tanto ao mercado local, como para exportar aos parceiros comerciais. “Com o título de celeiro do mundo, o Brasil fornece a outros países produtos que estão em um entre cinco pratos de comida da população global”, explica Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, que complementa a informação, “E não é só isso, o país ainda se destaca na comercialização de tecnologia para a agricultura”, esclarece.
Mas, para que os produtos e conhecimento do agronegócio brasileiro cheguem aos mais de 200 países para os quais o país exporta, primeiro, há que se ter o interesse dos países para firmar tal relação comercial. Conforme informações de Carlos César Floriano, “Dos 177 mercados abertos desde 2019, grande parte deles só foi possível a partir da atuação dos adidos agrícolas, profissionais considerados os embaixadores do agronegócio”, avalia.
São eles que negociam o acesso aos países estrangeiros, promovem a comercialização de produtos, monitoram a legislação do local de importação para que todos os critérios sanitários e fitossanitários sejam atendidos, além de intervir junto aos governos brasileiro e local caso haja algum entrave comercial.
Atualmente, 27 adidos agrícolas representam os interesses brasileiros nas regiões de Bangkok, Buenos Aires, Cairo, Camberra, Bogotá, Hanói, Jacarta, Cidade do México, Lima, Londres, Moscou, Nova Dehli, Ottawa, Paris, Pretória, Rabat, Riade, Roma, Seul, Singapura, Suiça, Tóquio e Washington. “Em Pequim e na União Europeia, são dois representantes, já que China e o bloco são os maiores exportadores de produtos do agronegócio nacional”, destaca Carlos César Floriano. Com a posse dos novos adidos selecionados recentemente, haverá mais um posto, em Berlim, na Alemanha.
O número de profissionais é o maior desde que a função foi criada, em 2008 pelo Decreto 6.464. À época, foram abertos oito postos, mas a crescente demanda por alimentos brasileiros em outros países fez com que as relações bilaterais se intensificassem e a participação direta dos adidos se tornasse essencial para o relacionamento entre os mercados.
A segurança alimentar é baseada no tripé qualidade e sanidade do alimento e possibilidade de comercializá-lo. Ou seja, mover o alimento do local em que ele é produzido para a área em que será consumido atendendo a critérios estabelecidos tanto pelo mercado exportador quanto pelo importador.
Reconhecimento do diferencial brasileiro conforme Carlos César Floriano
De forma inédita, o Brasil é o país que mais tempo está à frente do Codex Alimentarius, entidade vinculada à Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em seu quarto ano consecutivo. O país assumiu a presidência, tendo sido reeleito nos dois anos seguintes. Esse é o limite para um país ficar na presidência, mas com a pandemia não houve reunião presencial em 2020 e, por decisão dos membros em encontro online, chancelou-se a permanência brasileira ao longo de 2020. Está previsto para o mês de novembro de 2021as eleições no Codex.
A excepcionalidade da longa permanência do Brasil na presidência da comissão é um reconhecimento do país não só como grande exportador de alimentos, mas também pela sua responsabilidade em produzir com sustentabilidade e responsabilidade, variável considerada indispensável em qualquer relação internacional atualmente.
Essa temática faz parte do nosso portfólio. “Não dá para se pensar hoje em dia em discutir ou negociar comércio internacional agropecuário sem se considerar a variável sustentabilidade”, avalia Carlos César Floriano. Todos os países têm o seu dever de casa, mas o Brasil, pode-se dizer com conforto, que é exemplo por trabalhar com tecnologia e ciência há muito tempo, principalmente a partir da Embrapa.
“Ao exportar produtos produzidos a partir de tecnologia verde e amarela, o Brasil se torna referência para os demais com os quais mantêm relações. As estratégias de relações comerciais vão além e tornam os países parceiros estratégicos”, comenta Carlos César Floriano.
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