O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participou na segunda-feira, 1º de novembro de 2021, da abertura do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Conforme Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “Foram destacas as metas já alcançadas pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, chamado de Plano ABC, desde 2010, e as novas metas para o ABC+ até 2030”, explica.
A agropecuária, realizada de maneira sustentável, é parte da solução para um duplo desafio: mudança do clima e segurança alimentar.
Segundo informações dos participantes da Conferência, a agricultura brasileira fez a sua parte e está fazendo, devendo continuar trabalhando para que a agricultura seja cada vez mais eficiente e sustentável. A sustentabilidade traz eficiência e renda para o produtor, então não há dúvida de que a agricultura movida à ciência estará cada vez mais comprometida em alcançar essas metas.
Até 2030, o objetivo é disseminar as tecnologias de baixa emissão de carbono a mais 72 milhões de hectares de terras agricultáveis, promovendo ganhos de produtividade em terras agrícolas já consolidadas, sem necessidade de converter novas áreas à atividade produtiva. “Com isso, será mitigada a emissão de mais de 1 bilhão de toneladas de CO² equivalente”, diz Carlos César Floriano.
O potencial transformador da agropecuária de baixa emissão de carbono é enorme. O Brasil pretende compartilhar essa experiência com países de realidades semelhantes. Apenas com a disseminação das melhores práticas a todos os produtores é possível colher os impactos positivos que a produção de alimentos, fibras e bioenergia pode ter.
Segundo Carlos César Floriano, “Com pesados investimentos em pesquisa e inovação, o Brasil passou a produzir com mais eficiência e de forma mais sustentável, sendo pioneiro no desenvolvimento de uma agropecuária de baixa emissão de carbono”, esclarece.
No painel “Sustentabilidade da Agropecuária Brasileira”, foram trocadas informações sobre temas como a geração do chamado “emprego verde” e a contribuição dos biocombustíveis para a matriz energética sustentável.
Carlos César Floriano explica as novas metas
Foi anunciado o aumento da meta de redução de emissão de gases de efeito estufa pelo Brasil de 43% para 50% até 2030 e manutenção da meta de neutralidade climática até 2050. O evento no espaço Brasil na CNI em Brasília também contou com a participação da Apex-Brasil e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia, reuniu mais de 190 países para discutir medidas mais enérgicas contra o aquecimento global.
Código Florestal
Em Glasgow, no painel “Políticas Públicas para Preservação e Recuperação Florestal”, foi apresentado meios de implementação do Código Florestal no Brasil, como o Cadastro Ambiental Rural, o Programa de Regularização Ambiental e incentivos econômicos para a recuperação florestal e preservação ambiental.
A política do Código Florestal, implementada desde 2012, tem sido uma importante contribuição do Brasil para solucionar o desafio de garantir a preservação aliada à produção agropecuária.
Conforme Carlos César Floriano, “A previsão de recuperação em propriedades rurais por meio do Programa de Regularização Ambiental é de 34,4 milhões de hectares de reserva legal nos próximos 20 anos”, explica.
Esse número dá uma dimensão do impacto que essa política vai ter em termos de recuperação ambiental. 34 milhões de hectares é quase o tamanho da França, que será recuperado por essa política ambiental. É uma recuperação florestal que não foi feita em nenhum lugar do mundo até hoje.
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