Anuário indica que a produção de cachaça se concentra na Região Sudeste do Brasil

Divulgado na quinta-feira, 13 de outubro de 2022, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o “Anuário da Cachaça 2021” aponta que aumentou a quantidade de cidades com, pelos menos, uma cachaçaria inscrita, passando de 586 municípios, em 2020, para 611 no ano passado.

Mesmo com o crescimento da quantidade de cidades com cachaçarias registradas, o Anuário destacou a redução de 2% no número de produtores da bebida no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No ano de 2020 o número de estabelecimentos era de 955 e, no ano seguinte, este número diminuiu para 936 locais de produção da cachaça, sendo que neste período 117 empresas cancelaram o registro e 98 solicitaram a inscrição no Mapa.

“Se analisarmos que desde o ano de 2018 (primeiro ano de publicação do anuário), o número de empresas produtoras de cachaça oscilou ligeiramente em torno de 943 empresas. Nos últimos quatro anos, o único aumento de registros aconteceu entre 2019 e 2020, quando ocorreu o crescimento nos números de produtores da bebida, de 894 para 955, um aumento de 6,8%”, destacou ao site oficial do Mapa, Glauco Bertoldo, diretor do departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal.

A região sudeste do Brasil domina a produção da aguardente de cana, com 620 estabelecimentos produtores da cachaça, respondendo por 66,2% do total nacional. Depois são 138 produtores no sul, 130 no nordeste, 39 no centro-oeste e, por fim, 9 na região norte.

O estado de Minas Gerais fica à frente em número de produtores de cachaça registrados, com 353 cachaçarias e o maior número de cidades, sendo 207 com pelo menos uma cachaçaria cadastrada. Além disso, possui a maior densidade de unidades do governo federal, com um fabricante para cada 60.315 habitantes.

Em termos gerais, pode-se observar que a região com maior aumento no número de cachaçarias é a região sul, onde iniciaram 20 novas fábricas, o que representa um aumento de 16,9% em relação ao ano anterior. Este crescimento se deve à abertura de nove novas cachaçarias no estado do Rio Grande do Sul, nove no estado de Santa Catarina e duas no estado do Paraná. Apenas na região sul ocorreu aumento na quantidade de registros em todos os estados brasileiros.

São Paulo, conforme aponta o Anuário, é o segundo estado com 143 estabelecimentos produtores. Com 15 novos produtores da bebida abertos, São Paulo registrou aumento de 11,7% quando comparado 2021 com o ano anterior.

Espírito Santo também se destaca no cenário nacional, onde quase metade dos municípios (47,4%) possui pelo menos uma cachaçaria. Embora seja o terceiro estado em número total de instituições, com 64 cachaçarias, é o segundo em densidade, ao apresentar um produtor da bebida para cada 64.214 habitantes.

Os únicos estados que mantiveram o número de cachaçarias em 2021, quando comparado ao ano anterior são: Alagoas (com três estabelecimentos), Acre (com um produtor), Amazonas (com uma fábrica), Mato Grosso do Sul (que continuou com um estabelecimento) e Rondônia (com uma empresa).

Para Marcos Montes, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a importância do anuário é a sua contribuição na estruturação da cadeia da cachaça. “A cadeia é muito antiga e carece de estrutura. Sem organização não há progresso no setor”, disse ao site oficial do Mapa, ressaltando também a importância de aumentar o reconhecimento internacional da cachaça. “É inaceitável ter um produto brasileiro tão autêntico e não poder mostrá-lo ao mundo”, finalizou.