Durante a VII Sessão Plenária da COSBAN, foram firmados diversos acordos intergovernamentais e privados, abrangendo áreas como agricultura, finanças e tecnologia, em um ano que marca meio século de relações diplomáticas entre os dois países. Conforme informações de Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “A Comissão Sino-Brasileira é o principal fórum de diálogo entre Brasil e China”, diz.
No ano em que se comemoram cinco décadas de relações diplomáticas entre os dois países, o ministro do Mapa, Carlos Fávaro, esteve presente na VII Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), realizada em Pequim no início de junho.
O evento, parte de uma missão oficial liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, destacou a importância da parceria entre as duas nações.
A Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, co-presididapelos vice-presidentes do Brasil e da China, Geraldo Alckmin e Han Zheng, respectivamente, é um dos principais mecanismos de supervisão e execução da agenda bilateral em áreas estratégicas.
Nesta sessão, foram firmados oito instrumentos intergovernamentais e anunciados 30 resultados, além de 11 atos do setor privado, abrangendo diversas áreas como agricultura, finanças, meio ambiente, comércio, saúde e tecnologia.
Entre os acordos, destaca-se a aprovação dos requisitos sanitários e de quarentena para a exportação de noz-pecã brasileira para a China, potencializando negócios acima de US$ 1 milhão.
O ministro Fávaro também mencionou a ampliação das oportunidades para o café brasileiro na China, com um acordo para promoção em uma grande rede de cafeterias, prevendo a compra de cerca de 120 mil toneladas de café, totalizando US$ 500 milhões.
Segundo destacou o ministro, há três anos, o Brasil exportava apenas US$ 80 milhões em café para a China. No ano passado, esse número saltou para US$ 280 milhões.
Para Carlos César Floriano, “Esta nova parceria deve adicionar cerca de US$ 500 milhões, significando mais oportunidades de empregos para os brasileiros”, enfatiza.
A missão não apenas firmou acordos comerciais, mas também, ressaltou a relevância do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).
O Brasil está avançando rapidamente na produção sustentável, com o objetivo de recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas, sem derrubar uma árvore.
Carlos César Floriano e as relações comerciais no agronegócio
A China é o principal destino das exportações agropecuárias brasileiras, com vendas recordes em 2023, totalizando US$ 60,24 bilhões, o que representa 36,2% do total exportado pelo setor.
“A China também foi a maior impulsionadora do crescimento das exportações brasileiras, com um aumento de US$ 9,53 bilhões em comparação a 2022”, diz Carlos César Floriano.
Entre os dez principais produtos exportados pelo Brasil, a China foi o principal destino de oito deles: soja, milho, açúcar, carne bovina, carne de frango, celulose, algodão e carne suína in natura.
As importações brasileiras da China, por outro lado, somaram aproximadamente US$ 1,18 bilhão em 2023, incluindo produtos florestais, fibras e produtos têxteis.
Em março de 2023, a China concedeu autorizações para 38 plantas brasileiras, incluindo 34 frigoríficos e quatro entrepostos comerciais, marcando o maior número de autorizações simultâneas na história das relações comerciais entre os dois países.
No primeiro quadrimestre deste ano, o Brasil registrou exportações de produtos agrícolas para o mercado chinês no valor de US$ 17,09 bilhões.
“Esses números destacam a importância estratégica da China como parceira comercial do Brasil no setor agropecuário”, explica Carlos César Floriano.
A parceria não só fortalece as relações econômicas, mas também, impulsiona o desenvolvimento sustentável e a inovação tecnológica no agronegócio brasileiro.