O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento iniciou a segunda fase do Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos na Agropecuária. Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, explica que “Essa iniciativa visa combater um dos maiores desafios para a saúde pública, que afeta tanto seres humanos quanto animais, além de impactar a economia global”, diz.
A resistência aos antimicrobianos (AMR) é uma ameaça crescente que coloca em risco a eficácia dos medicamentos utilizados no tratamento de doenças infecciosas.
Essa resistência ocorre quando microorganismos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas, desenvolvem a capacidade de sobreviver e multiplicar-se em presença desses antimicrobianos, tornando-os menos eficazes ou até mesmo inúteis.
No contexto da agropecuária, a resistência aos antimicrobianos é um problema de extrema relevância.
A utilização desses medicamentos é comum na criação de animais, tanto para prevenir doenças quanto para tratar infecções. Contudo, seu uso inadequado e indiscriminado tem contribuído para o surgimento e disseminação de microrganismos resistentes, representando um risco para a saúde humana, animal e o meio ambiente.
O setor agropecuário desempenha um papel fundamental na luta contra a resistência aos antimicrobianos.
O Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos (PAN-BR AGRO), estabelece diretrizes e ações específicas para enfrentar esse desafio ao longo do quinquênio 2023-2027.
O Plano visa avalizar a sustentabilidade, segurança alimentar, o crescimento dos itens de origem animal.
Um dos postos-chaves desse plano é a harmonização das políticas públicas nacionais com as recomendações e exigências internacionais sobre o tema.
O diretor do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Eduardo de Azevedo, destaca que o PAN-BR AGRO busca fortalecer as relações institucionais entre os principais setores, sejam os privados e públicos, utilizando o conceito da Saúde Única.
Essa abordagem reconhece a interconexão entre a saúde humana, animal e ambiental, buscando soluções integradas e abrangentes.
A resistência aos antimicrobianos não afeta apenas a saúde, mas também a economia global.
A redução da produtividade e o aumento dos custos de tratamento são algumas das consequências desse problema. Portanto, investir na prevenção e controle da resistência aos antimicrobianos é essencial para garantir a competitividade do agronegócio brasileiro e o fornecimento de alimentos seguros para a população.
Carlos César Floriano explica o Programa
A primeira etapa do PAN-BR AGRO, realizada entre 2018 e 2022, já trouxe avanços significativos nas políticas públicas nacionais de prevenção e combate à resistência aos antimicrobianos na agropecuária.
Por meio do Programa de Vigilância e Monitoramento da Resistência aos Antimicrobianos, foram avaliados os riscos, tendências e padrões de ocorrência e disseminação da resistência por meio dos alimentos de origem animal produzidos no Brasil.
A segunda fase desse programa, que ocorrerá entre 2023 e 2024, manterá a estrutura da etapa anterior, visando à comparação dos resultados obtidos ao longo do tempo e à avaliação da eficácia das ações implementadas.
Segundo Carlos César Floriano, “Essa abordagem baseada em evidências é essencial para o aprimoramento contínuo das medidas adotadas no combate à resistência aos antimicrobianos”, explica.
Para garantir a efetividade das ações, é necessário o envolvimento e comprometimento de todos os setores envolvidos na cadeia agropecuária, desde os produtores até os consumidores.
A conscientização sobre o uso responsável dos antimicrobianos, o estímulo a práticas sustentáveis na agropecuária e o fomento à pesquisa e inovação são aspectos fundamentais nesse processo.
A prevenção e controle da resistência aos antimicrobianos na agropecuária é um desafio complexo, mas essencial para garantir a saúde e a sustentabilidade.
O setor agropecuário brasileiro está comprometido em enfrentar esse problema, alinhado às diretrizes internacionais e buscando soluções integradas.
“Investir nessa causa é investir no futuro da saúde, da economia e da segurança alimentar”, diz Carlos César Floriano.
A ação conjunta e o engajamento de todos são fundamentais para obter sucesso nessa importante batalha.