Carlos César Floriano destaca a IG do Café da região centro-oeste do estado de São Paulo

Desde terça-feira, 22 de novembro de 2022, quando foi divulgado oficialmente, os produtores de café do município de Garça e mais 15 cidades do centro-oeste do estado de São Paulo estão festejando o reconhecimento, por meio da Indicação Geográfica (IG), do produto plantado e colhido na região. Segundo Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “A produção do café, somente nesta região, é realizada por cerca de 400 famílias”, explica.

A divulgação da conquista da Indicação Geográfica do café da região foi realizada na revista do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), ligada ao Ministério da Economia. A Indicação de Procedência reconheceu também toda a região com um dos maiores produtores do café do estado de São Paulo, além de destacar a sua importância no desenvolvimento regional e também o vínculo do café com a história local.

Segundo Francisco José Mitidieri, auditor fiscal da Superintendência Federal de Agricultura no Estado de São Paulo (SFA-SP) do estado de São Paulo, que atuou junto a Indicação Geográfica, o credenciamento começou no ano de 2016 com uma fase de prospecção e conscientização dos produtores. “Tivemos várias reuniões, muitas discussões antes de o conceito ser internalizado”, disse ao site oficial do Mapa, que também realizou palestras e visitou toda a região.

A Indicação Geográfica é administrada pelo Conselho do Café da Região de Garça (Congarça), que encaminhou o pedido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial no mês de outubro de 2020. O presidente do Conselho do Café da Região de Garça, Tamis Lustri, afirmou que a Indicação Geográfica deu um caráter único ao café da região. “A produção desse café só é possível nessa região devido ao solo, clima, geografia e outros fatores que só ocorrem aqui”, Tamis Lustri explicou ao site oficial do Mapa. O Congarça ficará encarregado de treinar os cafeicultores da região e certificar sua aptidão para o uso do selo com a Indicação de Procedência.

Entre essas características distintivas, conforme Tamis Lustri, está o de um café encorpado com acidez equilibrada, doçura natural e nota de chocolate e caramelo, às vezes frutada e cítrica. “É um café com gosto residual, onde o sabor do café fica um tempo no fundo da garganta”, comentou Tamis ao site oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O cafeicultor José Carlos de Moraes Filho, mais reconhecido como Zito na região, explicou que a qualidade do café da está comprovada, mas agora é preciso continuar o intenso trabalho de campo para orientar os cafeicultores sobre a secagem, manejo pós-colheita, produtos aproveitáveis e participação nos concursos de qualidade. “Haverá uma campanha para envolvê-los. Os compradores agora sabem que há um bom café na região”, explicou ao site do Mapa.

José Carlos de Moraes Filho acredita que a Indicação Geográfica agregará valor ao café da região. “A qualidade vai melhorar ainda mais porque há requisitos que precisam ser cumpridos. Além disso, essa denominação de origem trará turistas para a região”, completou Zito.

O Mapa auxiliará na identificação de outros itens regionais que possuem potencial para serem reconhecidos também pela Indicação Geográfica. Conforme informações de Carlos César Floriano, “Por meio desta concessão, o Brasil atinge o número de 107 Indicações Geográficas registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial”, explica.