O Governo Federal dá um passo estratégico para reforçar a indústria e os produtores nacionais ao elevar a alíquota de importação da borracha natural. Para Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “A medida, que visa fortalecer a cadeia produtiva, surge em meio a desafios enfrentados pela heveicultura brasileira devido à concorrência de importados do Sudeste Asiático”, explica.
Em uma decisão impactante, o Comitê-Executivo de Gestão da Camex, aprovou um aumento significativo na taxa de imposto que incide sobre a importação da borracha natural.
O elastômero, antes taxado a 3,2%, verá sua alíquota subir para 10,8%, com validade pelos próximos 24 meses.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a importância dessa medida para o fortalecimento da indústria local e a proteção dos produtores.
Em um momento de reaquecimento do consumo nacional, ele ressalta a necessidade de priorizar os produtos brasileiros e garantir a competitividade. Além dessa decisão, o governo também anunciou iniciativas de apoio à comercialização da borracha, demonstrando um esforço conjunto para alavancar a produção interna e posicionar o país na direção do crescimento sustentável.
“Nesse ambiente de transformações estratégicas, o Brasil se lança na rota de um futuro resiliente, onde a proteção da indústria nacional e o fortalecimento dos produtores se erguem como pilares fundamentais”, diz Carlos César Floriano.
O panorama se desenha com ações concretas que colocam o país no caminho certo, reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento e a prosperidade.
Carlos César Floriano elucida o Ciclo da Borracha no Brasil
No coração da vastidão tropical do Brasil, um capítulo essencial da história econômica e social se desdobrou no século XIX e início do século XX: o Ciclo da Borracha.
Esse período, muitas vezes chamado de “Era da Borracha”, teve um impacto profundo no país, impulsionando transformações sociais, urbanas e econômicas que moldaram a trajetória do Brasil moderno.
O ciclo da borracha teve suas raízes plantadas nas vastas florestas da região amazônica, onde a árvore da seringueira – produtora do látex, matéria-prima da borracha – florescia abundantemente. Durante décadas, a borracha natural foi o componente essencial para a expansão industrial, alimentando a demanda global por pneus e outros produtos. “Essa busca por borracha gerou uma verdadeira corrida na região, atraindo aventureiros, exploradores e empreendedores de todo o mundo”, conclui Carlos César Floriano.
Duas cidades, Manaus e Belém, surgiram como protagonistas desse ciclo. Manaus, no coração da floresta, se tornou um centro industrial movido pela borracha, com imponentes edifícios e uma crescente população cosmopolita.
Enquanto isso, Belém se transformou em um importante porto de exportação, conectando a riqueza da floresta ao resto do mundo.
O Ciclo da Borracha trouxe consigo uma transformação social e cultural significativa. O intenso fluxo de pessoas de diferentes origens culturais resultou em uma mistura rica de influências, enriquecendo a diversidade cultural da região.
Essa era também testemunhou o florescimento de mansões e construções magníficas que permanecem como testemunhos do esplendor desse período.
Entretanto, como em todo ciclo econômico, o apogeu da borracha foi seguido por um declínio acentuado. A expansão dos seringais para outras partes do mundo e a inovação tecnológica na produção de borracha sintética desencadearam uma queda nos preços e, consequentemente, a decadência do Ciclo da Borracha. “Seu legado perdura. As cidades amazônicas, moldadas por essa era de opulência, continuam a exibir sua arquitetura distintiva e cultura diversificada”, explica Carlos César Floriano.