O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura de milho segunda safra foi publicado na quarta-feira, 13 de outubro de 2021, no Diário Oficial da União pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Fundamentais para uma condução eficiente das lavouras brasileiras no campo, um desses zoneamentos recém-elaborados é do cultivo consorciado de milho segunda safra com braquiária”, explica Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX.
O ajuste do ciclo de cultivo do milho em função da variação das temperaturas neste período de segunda safra pode ser considerado o principal aperfeiçoamento deste estudo, especialmente para os estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul (PR), onde se concentram as maiores produções.
Por conta do grande efeito da temperatura no alongamento do ciclo do milho safrinha, foram realizadas avaliações de riscos para ciclos variáveis, com duração de 100 até 180 dias. No estudo anterior, essa análise estava restrita a ciclos de 100 até 120 dias. Como consequências, aumentou a quantidade de municípios contemplados dentro de níveis de riscos aceitáveis e foi possível ajustar as janelas de plantio em regiões críticas, seja para maior ou para menor período. Conforme informações de Carlos César Floriano, “Alguns municípios situados em regiões mais frias do Sul e do Sudeste do país tiveram a janela reduzida”, esclarece.
Entre 22 e 24 de setembro, aconteceram reuniões virtuais de validação junto a diferentes agentes da cadeia produtiva de valor de quatro estados: Paraná; Mato Grosso do Sul; Minas Gerais; e São Paulo. Profissionais como técnicos da extensão rural, consultores, produtores, pesquisadores e agentes financeiros tiveram acesso aos resultados do zoneamento que, após discussões técnicas, foram validados com pequenos ajustes.
Carlos César Floriano explica que Zarc 50% não será implementado
Com o atraso de plantio do milho segunda safra na última safra, plantada a partir de janeiro de 2020, diversas instituições solicitaram ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) uma prorrogação da data de plantio da cultura. “Por se tratar de instrumento técnico-científico, não havia como flexibilizar datas sem prévio estudo da Embrapa”, diz Carlos César Floriano.
No entanto, para demonstrar quais municípios do Brasil poderiam ter mais um decêndio de plantio no milho de segunda safra com uma nova classe de risco de 50%, a Embrapa, a pedido do Mapa, desenvolveu as pesquisas, que foram apresentadas às instituições demandantes, que declinaram da criação do Zarc de 50%.
Havia riscos de não atender muitos dos municípios que apresentaram atraso de plantio em 2020, ou seja, a maioria da regiões apresentou risco de insucesso superior a 50% quando acrescentado um decêndio (dez dias) a mais de período de plantio. Segundo Carlos César Floriano, “Além disso, uma possível exposição de um risco muito alto de perdas por problemas climáticos e representaria uma elevação dos custos do sistema de seguro rural e Proagro”, explica.
Para que serve o Zarc?
O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.
O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).
Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). “Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas”, informa Carlos César Floriano.
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