O governo federal abriu mais de 200 mercados para o agronegócio do Brasil desde o início do ano de 2019. Esse valor foi alcançado nesta semana com a abertura de outros dois mercados para o Canadá: o de carne bovina e a suína. Conforme explicações de Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “15 novos mercados já foram abertos somente neste ano”, esclarece. Em 2019 entraram na pauta de exportações brasileiras 35 mercados; no ano de 2020 foram mais 74 e, em 2021, 77 novos mercados começaram a importar produtos do agro brasileiro.
O trabalho do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) diversifica as possibilidades de exportação dos produtores brasileiros com o objetivo de reduzir a concentração de mercadorias e destinos da pauta exportadora. A abertura do mercado é fruto de negociações bilaterais, culminando no acordo sobre os parâmetros sanitários atestados, fitossanitários ou veterinários, que serão aceitos pelo país comprador dos produtos do Brasil.
No entanto, a abertura do mercado não significa uma expansão imediata do comércio nacional. Além das atividades de promoção e comunicação comercial, produtores e exportadores precisam estar preparados para atender as necessidades de cada novo cliente.
Carlos César Floriano elucida a variedade
As exportações agrícolas brasileiras ultrapassaram a marca de 200 novos mercados, reforçando seu valor como papel fundamental de alimentar o mundo. Além de garantir a produção para o consumo interno, diversos produtos nacionais chegaram aos mais diversos países nos últimos três anos. O Brasil é considerado o quarto maior produtor de cereais do mundo, como por exemplo, do trigo, a soja, a cevada, o arroz e o milho, atrás somente da China, Estados Unidos e Índia, respondendo por 7,8% da produção total mundial e o segundo maior exportador de grãos do mundo, respondendo por 19%, chegando a US$ 37 bilhões até 2020.
Os produtos que lideram as exportações para os novos mercados abertos pelo Brasil são a soja, açúcar, café, carne de aves e a carne bovina. Os mercados importadores mais representativos, em ordem, foram 24 países compradores das sementes brasileiras, 24 para mercadorias bovinas, 22 novos mercados para animais vivos e 19 para mercadorias de origem de aves.
Entretanto, o mercado externo não inclui apenas as exportações de produtos tradicionais para os quais o Brasil já é um grande vendedor, tais como, alguns produtos inusitados, como o caso dos roedores para um zoológico chileno e até mesmo milho de pipoca para a vizinha Colômbia aparecem na lista de novos produtos comercializados.
A Argentina é o país que mais abriu novos mercados para Brasil, com um total de 27 produtos, quando deu início à importação de vergalho bovino para pets mastigar, pois os produtos de vaca podem ser utilizados como petisco para animais como cães, pois são muito resistentes a mordidas e também ajudam a limpar os dentes dos animais. Carne de anfíbios e aparas de couro para gelatina também são exportadas para o país vizinho.
O Egito é o país com o segundo maior número de novos mercados abertos recentemente pelo Brasil, com destaque para as carnes de frango e bovina e também o comércio de sementes de hortaliças, frutas e legumes desde 2021. Na lista de importações do país africano, também merecem destaque a compra da cenoura, berinjela, milho, tomate, melancia, pimenta, pimentão, pepino, abóbora e linho.