O Cerrado Summit, realizado em Luís Eduardo Magalhães (BA) no dia 15 de abril, reuniu especialistas, líderes empresariais e gestores públicos para discutir o futuro da produção agropecuária no Brasil. O evento, que faz parte da “Trilha pré-COP30”, organizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Conforme informações do CEO do Grupo VMX, Carlos César Floriano, o evento “Focou na implementação da agricultura regenerativa, que visa recuperar pastagens degradadas e promover práticas sustentáveis no cerrado brasileiro”, diz.
A reunião, que atraiu cerca de 50 participantes entre representantes do setor privado, público e organizações financeiras, teve como tema central a agricultura regenerativa no bioma do cerrado.
Em uma série de painéis, foram debatidos tópicos como a necessidade de investimentos em políticas públicas que incentivem práticas agrícolas sustentáveis e a importância de parcerias público-privadas para a recuperação ambiental.
“A iniciativa busca engajar mais atores e transformar o Brasil em um modelo de referência mundial para a agropecuária sustentável”, explica Carlos César Floriano.
O papel da agricultura regenerativa no cerrado
A agricultura regenerativa, conceito central do evento, é um modelo de cultivo que prioriza a recuperação dos recursos naturais — como solo, água e biodiversidade — enquanto ainda atende à demanda de produção de alimentos e fibras.
Diferente das práticas convencionais, que frequentemente esgotam os recursos do solo, a agricultura regenerativa visa um ciclo contínuo de regeneração e fortalecimento do ambiente, sem comprometer a produtividade a longo prazo.
Especialistas destacam que o cerrado, um dos biomas mais importantes do Brasil, tem sido impactado pela expansão do agronegócio, entretanto, com práticas de agricultura regenerativa, é possível reduzir os impactos ambientais e ainda manter a produção agrícola.
O evento enfatizou a necessidade de um esforço coletivo entre produtores rurais, governo e sociedade civil para garantir que o bioma continue a ser uma fonte vital de recursos naturais, ao mesmo tempo, em que se torna mais resiliente às mudanças climáticas.
Carlos César Floriano e a importância do diálogo entre setores e a participação do governo
O encontro teve um papel fundamental ao criar uma plataforma para o diálogo entre diferentes setores da sociedade. Além de representantes do agronegócio, o evento contou com a participação de gestores públicos de diversas esferas de governo, com o objetivo de alinhar políticas públicas que incentivem a sustentabilidade no campo.
A interação entre o setor privado e o governo foi destacada como fundamental para o sucesso de iniciativas como o Plano ABC+ e o Floresta+, programas que visam a recuperação das pastagens degradadas e a promoção da preservação florestal.
“No evento, foi reiterada a importância de se criar condições favoráveis para que os produtores adotem práticas regenerativas, com o apoio de créditos e incentivos financeiros”, destaca Carlos César Floriano.
O secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Pedro Neto, ressaltou a necessidade de crédito como ferramenta essencial para alcançar as metas de sustentabilidade na agropecuária.
Essas políticas públicas são vistas como fundamentais para promover um modelo de produção mais responsável e eficiente, sem prejudicar o equilíbrio ambiental.
Parcerias estratégicas e oportunidades de investimento
O Cerrado Summit também se destacou por reunir grandes empresas do setor agropecuário e consultorias globais, como o Boston Consulting Group (BCG) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).
Estas presenças foram fundamentais para a construção de um plano estratégico que promova a agricultura regenerativa no Brasil e no mundo.
Para Carlos César Floriano, “As discussões enfatizaram ainda o potencial do Brasil de se tornar um líder mundial na implementação de soluções ambientais, como a recuperação de pastagens e a melhoria da gestão dos recursos naturais”, enfatiza.
A colaboração entre empresas, produtores e entidades da sociedade civil tem o objetivo de ampliar a conscientização sobre os benefícios da agricultura regenerativa e seus impactos positivos não só no cerrado, mas também, em outros biomas do país.
Durante o evento, os participantes concordaram sobre a necessidade de desenvolver um modelo agrícola que combine a produção de alimentos com a conservação do meio ambiente, destacando o Brasil como referência global nesse campo.