O desembolso de crédito rural no Brasil para agricultura familiar e empresarial nos primeiros três meses do Plano Safra 2023/2024 totalizou impressionantes R$ 147 bilhões, marcando um aumento de 11% em comparação ao mesmo período da safra anterior. Conforme informações do CEO do Grupo VMX, Carlos César Floriano, “Esses financiamentos foram distribuídos de várias maneiras”, explicou. Cerca de R$ 90 bilhões foram destinados a custeios, enquanto R$ 23,7 bilhões foram alocados para investimentos. Operações de comercialização e industrialização também receberam recursos substanciais, totalizando R$ 17,5 bilhões e R$ 15,9 bilhões, respectivamente.
Essa quantia representa 33% do valor planejado para toda a safra, que abrange pequenos, médios e grandes produtores, totalizando R$ 435,8 bilhões.
O crédito rural para a agricultura empresarial, composta por médios e grandes agricultores, alcançou R$ 126,1 bilhões durante o trimestre, marcando um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Esse montante corresponde a 34% do valor total de R$ 364,2 bilhões planejado pelo governo”, explica Carlos César Floriano.
A análise da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) revelou que, no período de três meses deste ano agrícola, foram estabelecidos 617.547 contratos.
Desses, 444.077 destinaram-se ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), enquanto 82.572 foram concedidos pelo Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural).
Valores concedidos segundo Carlos César Floriano
Para os pequenos e médios produtores, os valores concedidos para várias finalidades, incluindo custeio, investimento, comercialização e industrialização, totalizaram R$ 20,8 bilhões no Pronaf e R$ 23,2 bilhões no Pronamp.
Os demais produtores estabeleceram 90.898 contratos, resultando em R$ 103,1 bilhões em financiamentos concedidos por instituições financeiras.
“A área de investimento agrícola também teve um desempenho notável”, esclarece Carlos César Floriano.
O Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (ModerAgro) registrou contratos de R$ 603 milhões, um aumento de 18% em relação ao mesmo período da safra anterior.
Enquanto isso, os financiamentos para o programa Pronamp totalizaram R$ 1,9 bilhão, um aumento de 34%. O Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro Giro) também teve destaque, atingindo R$ 323 milhões, um aumento de 113% em comparação ao período anterior da safra.
Quanto às fontes de recursos, os recursos livres equalizáveis ganharam destaque nos meses de julho, agosto e setembro, com um montante de R$ 5,9 bilhões.
Isso representa um aumento de 279% em relação ao mesmo período do ano anterior e sinaliza uma maior utilização de recursos disponibilizados pelas instituições financeiras para equalização dentro do Plano Safra.
Wilson Vaz de Araújo, secretário substituto de Política Agrícola, destacou a contribuição da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) como uma fonte significativa de financiamento para a agricultura empresarial. Ela respondeu por 47% do total das aplicações no primeiro trimestre da safra atual, totalizando R$ 59,2 bilhões, um aumento notável de 69% em relação ao mesmo período da safra anterior.
Vale ressaltar que os valores mencionados são provisórios e foram retirados do Sistema de Operações de Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB) em 4 de outubro. Esses números podem variar dependendo da data de consulta nos sistemas oficiais nos próximos trinta dias.