O valor total dos contratos de crédito rural nas safras dos anos de 2021/22 ultrapassou os 42,19 bilhões de reais (251,2 bilhões de reais) inicialmente previstos em junho de 2021 para chegar a 293,41 bilhões de reais, um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. O negócio de crédito rural com bons recursos, com exceção dos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), apresentou um desempenho sólido, apesar da moratória de quatro meses.
As informações são parte do Balanço de Desempenho do Crédito Rural divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio de sua Secretaria de Política Agrícola (SPA), na segunda-feira, 11 de julho de 2022.
Conforme a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, isso aconteceu, pois a oferta de recursos e financiamentos de fontes livres e controladas, mas desiguais, como a LCAs e o Fundo Constitucional, superaram as expectativas durante o ano-safra.
As regiões com maior desempenho no crédito rural são a região norte, com valor de contrato e aumento de 22,89 bilhões de reais (acréscimo de 28%) em relação ao ano anterior, a região sudeste, com 69,95 bilhões de reais (aumento de 24%) e nordeste, 26,72 bilhões de reais (elevação de 23%).
As regiões nordeste e sul apresentaram o maior número de contratos com 735.776 e 578.338 contratos respectivamente, respondendo por 71% do total de documentos oficiais assinados.
O crescimento da procura pelo crédito rural em 2021/2022 deve-se principalmente à baixa taxa real de juros desta modalidade de crédito, que na maioria das vezes é negativa, além do estímulo do mercado, que se caracteriza por preços agrícolas mais elevados.
O valor total do crédito rural concedido a pequenos e médios produtores no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) é de R$ 33,62 bilhões (acréscimo de 13%), no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é de R$ 40,17 bilhões (aumento de 21%) e de R$ 219,61 bilhões (crescimento de 20%) para os outros produtores rurais.
A continuidade do apoio às operações subsidiadas para produtores familiares, aliado ao aumento da participação de recursos livres no subsídio a outros produtores, eleva o valor total do financiamento para 160 bilhões de reais (aumento de 19%). Em termos de investimento, elevou em 7%, para 78,86 bilhões de reais.
Destacam-se os financiamentos de aquisições na Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC), R$ 3,07 bilhões (aumento de 41%) e no Programa de Financiamento da Agricultura Irrigada e Cultivos Protegidos (Proirriga), R$ 1,07 bilhão (acrescimento de 34%). Entre os Fundos da Constituição, os financiamentos do FNE cresceram 37% e tiveram o maior desempenho.
Diretor de Política de Financiamento do Setor Agropecuário, Wilson Vaz de Araújo, informou para o site oficial do Mapa, sobre a importância da LCA para o financiamento do crédito rural, principalmente para grandes produtores, pois a utilização de recursos dessa fonte (cuja taxa de juros é livre) passou de 38,52 bilhões de reais nas safras dos anos de 2020/21 para 57,81 bilhões de reais (aumento de 50%) para a safra 2021/22, representando 20% do valor total dos contratos.
Aliado a isso, a contribuição da poupança rural livre para o financiamento do crédito rural é de 47,88 bilhões de reais, representando 16% do valor total dos contratos.
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