Conectividade rural, agricultura de precisão, inteligência artificial e automação de máquinas são algumas das inovações que impulsionam o chamado Agro Digital, um fenômeno que, em 2025, se consolida como motor de produtividade e competitividade no setor. “O agronegócio brasileiro vive uma transformação acelerada com a expansão das soluções digitais no campo”, diz Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX.
Com a ampliação da cobertura de internet nas zonas agrícolas e o avanço de tecnologias de sensoriamento remoto, agricultores de todos os portes agora têm acesso a ferramentas antes restritas a grandes grupos.
Essa democratização tecnológica tem ampliado os índices de eficiência, reduzido desperdícios e fortalecido a tomada de decisão baseada em dados.
Conectividade no campo: o elo que faltava
Durante décadas, a falta de sinal de internet foi um dos principais gargalos para a adoção de tecnologias digitais no agronegócio brasileiro. No entanto, iniciativas públicas e privadas têm mudado esse cenário.
Projetos de instalação de redes 4G e 5G em áreas rurais, somados ao uso de satélites de baixa órbita, ampliaram significativamente o acesso à conectividade em regiões antes isoladas.
Carlos César Floriano destaca o impacto dessa evolução. “A conectividade deixou de ser um luxo e passou a ser uma infraestrutura essencial para a competitividade do produtor rural brasileiro. Sem conexão, não há dados, sem dados, não há gestão eficiente”, afirma.
Com a internet disponível, sensores em campo, estações meteorológicas e máquinas agrícolas conectadas enviam informações em tempo real para aplicativos e plataformas de gestão agrícola.
Isso permite ao produtor tomar decisões mais rápidas e assertivas, reduzindo perdas e otimizando recursos como água, fertilizantes e defensivos.
Carlos César Floriano: automatização como diferencial produtivo
Além da conectividade, a automação de processos agrícolas tem se destacado como outro pilar da digitalização do agro.
Máquinas autônomas, drones para pulverização e coleta de dados, além de sistemas de irrigação inteligentes, fazem parte da nova rotina das propriedades.
Carlos César Floriano ressalta que a automação traz ganhos que vão além da produtividade. “Estamos falando de um salto na sustentabilidade e na segurança operacional. Máquinas inteligentes consomem menos combustível, aplicam insumos de forma mais precisa e reduzem o risco de acidentes de trabalho no campo”, explica.
O uso de algoritmos de inteligência artificial para prever pragas, otimizar o plantio e calibrar colheitas tem ganhado espaço.
Startups especializadas em agrotecnologia têm desenvolvido soluções sob medida para diferentes culturas, levando inovação para produtores de soja, milho, café, cana-de-açúcar e até horticultores.
Outro movimento relevante é a integração de plataformas. Hoje, softwares de gestão agrícola conseguem cruzar dados de satélites, sensores de solo, estações meteorológicas e histórico de safra, oferecendo ao agricultor uma visão completa da sua produção.
Agro Digital e inclusão de pequenos produtores
Apesar dos avanços, um dos principais desafios é garantir que a transformação digital chegue também aos pequenos produtores.
Iniciativas de cooperativas, associações rurais e programas governamentais têm oferecido capacitação e acesso a tecnologias de baixo custo para esse público.
Carlos César Floriano reforça que a inclusão digital no agro é uma questão estratégica para o Brasil. “Não podemos deixar o pequeno produtor para trás. A digitalização precisa ser inclusiva, porque a força do nosso agronegócio está na diversidade e no alcance territorial que temos”, afirma.
Parcerias entre empresas de tecnologia, universidades e entidades de classe têm promovido o desenvolvimento de soluções simplificadas, com interfaces acessíveis e custos mais baixos.
Aplicativos para celular que funcionam mesmo com sinal de internet limitado e plataformas de gestão baseadas em cloud computing são alguns exemplos.
Bancos e fintechs agrícolas também têm oferecido linhas de crédito específicas para a digitalização no campo, facilitando a aquisição de equipamentos, sensores e softwares.
O cenário de 2025 indica que o crescimento do Agro Digital não é uma tendência passageira, mas uma transformação estrutural.
A conectividade e a automatização já não são apenas ferramentas de modernização, mas componentes indispensáveis para quem deseja se manter competitivo no mercado agrícola global.