Exportações do agro brasileiro alcançam US$ 14,9 bi em maio e mostram nova diversificação

Exportações do agro brasileiro alcançam US$ 14,9 bi em maio e mostram nova diversificação

As vendas externas do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 14,9 bilhões em maio de 2025, evidenciando a robustez do setor mesmo diante de uma redução de 1,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Com aumento de preços médios e novos mercados, a pauta se diversificou. “Celulose, carne suína e itens não tradicionais lideraram os avanços”, enfatiza Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX.

O agro do Brasil finalizou o mês de maio deste ano com um resultado expressivo na balança comercial. 

As exportações do setor atingiram US$ 14,9 bilhões, refletindo a resiliência do campo mesmo diante de uma leve retração de 1,4% quando comparado ao mesmo período de 2024. 

A redução no volume total embarcado, que foi de 4,2%, foi parcialmente compensada pela elevação de 2,9% nos preços médios dos produtos, fator que evitou um impacto mais significativo na receita total.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vem intensificando as iniciativas para ampliar a variedade da pauta exportadora, impulsionando a inserção de produtos menos tradicionais no mercado global..

Em maio, os resultados desse movimento ficaram evidentes com o desempenho de categorias até então menos expressivas. Itens como sucos de frutas, sorvetes, papel, goiabas e batatas processadas registraram os maiores volumes de exportação da série histórica, iniciada em 1997.

O suco de frutas, por exemplo, apresentou um crescimento de 126% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, saltando de US$ 11,3 milhões para US$ 25,5 milhões. 

O segmento de sorvetes também se destacou, com aumento de 78,6%, alcançando US$ 6,4 milhões. A exportação de goiabas atingiu a marca de US$ 278 mil, o dobro do valor apurado em maio de 2024.

Entre os produtos de maior relevância, a celulose registrou desempenho recorde tanto em volume quanto em valor financeiro. “Foram comercializadas 2,1 milhões de toneladas, com receita de US$ 981,5 milhões”, destaca Carlos César Floriano

A China, principal destino, ampliou suas importações em quase 60%, evidenciando a demanda crescente por matéria-prima brasileira no setor florestal.

Outro segmento que apresentou avanço expressivo foi o de carne suína in natura. As exportações somaram US$ 274,4 milhões, um crescimento de 30,6% frente aos US$ 210,1 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. 

A expansão foi impulsionada principalmente por países como Filipinas, Chile, Japão e Cingapura, que ampliaram significativamente suas compras.

O desempenho de produtos como óleo de amendoim, manteiga de cacau e sebo bovino também foi marcante. Esses itens, considerados nichos de mercado, apresentaram recordes históricos para o mês de maio. 

O óleo de amendoim, por exemplo, alcançou US$ 30,1 milhões em exportações, uma alta de 125% em relação aos US$ 13,4 milhões apurados em maio de 2024. Esse crescimento evidencia a capacidade da agroindústria nacional de explorar novas oportunidades comerciais.

Para Carlos César Floriano, “Apesar do primeiro registro de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, o impacto nas exportações de carne de frango foi parcialmente contido”, explica. 

As autoridades sanitárias agiram de forma rápida e eficiente, concluindo as medidas necessárias no prazo recomendado. O governo manteve um diálogo constante com os parceiros internacionais para detalhar as ações adotadas. 

Algumas restrições foram impostas por determinados países, variando entre limitações nacionais e regionais, mas o setor avícola continuou com desempenho relevante, reforçando a confiança global no sistema sanitário brasileiro.

Carlos César Floriano e os novos mercados

Outro fator que contribuiu para o fortalecimento da balança comercial foi a abertura de 25 novos mercados durante o mês, totalizando 381 acessos conquistados desde o início da atual gestão. 

Essa expansão incluiu a inserção de produtos brasileiros em vários países africanos, fruto do diálogo estreito consolidado durante o II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, realizado em Brasília com a presença de representantes de diversas nações do continente.

“O relacionamento comercial com a China, maior parceiro do agronegócio brasileiro, também foi reforçado”, diz Carlos César Floriano

Durante maio, uma missão presidencial ao país asiático fortaleceu a cooperação bilateral e ampliou as perspectivas de exportação. Setores tradicionais como o florestal e o sucroalcooleiro mantiveram sua força, e, mesmo com queda nos embarques de açúcar, as vendas para a China cresceram 354%, ajudando a equilibrar os resultados.

A valorização do café no mercado internacional, apesar de provocar variações pontuais na receita, contribuiu para o aumento geral dos preços praticados pelo Brasil no exterior.