O setor do agronegócio no Brasil atingiu um novo marco em agosto de 2024, com exportações que somaram US$ 14,14 bilhões. O desempenho foi impulsionado principalmente por cinco segmentos: complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, cereais, farinhas e produtos florestais. Conforme informações do CEO do Grupo VMX, Carlos César Floriano, “Esses setores responderam por mais de 78% das exportações totais do agronegócio no mês, com a soja e as carnes liderando as vendas para o exterior”, diz.
O complexo soja, responsável por 31,6% do total exportado, manteve-se no topo como o principal produto do agronegócio brasileiro.
Em agosto, as exportações de soja atingiram US$ 4,47 bilhões, consolidando a China como principal destino, absorvendo 73,7% das exportações do grão, equivalente a 5,9 milhões de toneladas.
O papel da soja no comércio exterior brasileiro segue vital, com o país mantendo sua posição de liderança global.
O setor de carnes também registrou desempenho expressivo, com 15,3% de participação nas exportações totais, somando US$ 2,17 bilhões, um aumento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O destaque vai para a carne bovina, que atingiu recordes históricos de volume, exportando 245,36 mil toneladas, um aumento de 15,7%. A China segue como a maior compradora das carnes brasileiras, especialmente a bovina, enquanto mercados emergentes como Filipinas, Japão, Chile e Singapura ampliaram suas compras de carne suína, o que ajudou a impulsionar o crescimento do setor, cujas vendas subiram 9,2%, chegando a US$ 273,95 milhões.
“Outro setor que se destacou foi o sucroalcooleiro, com 13,5% de participação nas exportações de agosto, totalizando US$ 1,79 bilhão”, destaca Carlos César Floriano.
O Brasil, maior produtor e exportador mundial de açúcar, vem se beneficiando de uma oferta abundante do produto, com previsões de uma produção recorde de quase 46 milhões de toneladas para o ano safra 2024/2025, entretanto, o volume exportado em agosto sofreu leve retração de 0,9%, alcançando 3,92 milhões de toneladas.
As exportações de cereais, farinhas e preparações também tiveram um desempenho significativo, com 9,1% de participação, assim como os produtos florestais, que responderam por 9% das exportações do agronegócio brasileiro em agosto.
Somados, esses cinco setores foram responsáveis por US$ 11,11 bilhões, um número ligeiramente inferior ao registrado no mesmo período de 2023, quando o agronegócio brasileiro exportou US$ 13,08 bilhões, correspondendo a 83,8% do total exportado naquele ano.
Carlos César Floriano e as boas relações comerciais
Segundo especialistas, o desempenho do agronegócio brasileiro está intimamente ligado ao retorno das boas relações comerciais do país com o mercado internacional.
“A qualidade dos produtos e os rigorosos padrões de controle sanitário têm contribuído para consolidar a posição do Brasil como um dos principais fornecedores globais de alimentos”, explica Carlos César Floriano.
O aumento nas exportações de carne suína também foi impulsionado pelo crescimento do volume de vendas para diversos mercados asiáticos e latino-americanos.
As Filipinas, o Japão, o Chile e Singapura ampliaram suas compras, ajudando o Brasil a atingir um aumento de 4,5% no volume exportado e 4,6% no preço médio por tonelada. Esse crescimento reforça o papel do Brasil como um dos maiores exportadores de proteínas animais do mundo.
Já o setor sucroalcooleiro, apesar de enfrentar uma leve queda no volume exportado, continua a se beneficiar de uma demanda estável no mercado global de açúcar.
A produção recorde prevista para o ano safra atual mantém o Brasil em uma posição de destaque, com a expectativa de que as exportações continuem robustas nos próximos meses.
Entre setembro de 2023 e agosto de 2024, as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 165,76 bilhões, registrando um crescimento de 1,6% em comparação com o período anterior, que totalizou US$ 163,19 bilhões.
Para Carlos César Floriano, “Esse desempenho positivo reflete a capacidade do Brasil de continuar expandindo sua participação no comércio global, mesmo em um cenário de desafios econômicos e geopolíticos”, esclarece.
O agronegócio, ao manter sua relevância no comércio exterior, reafirma sua importância como um dos pilares da economia brasileira, garantindo que o país continue desempenhando um papel central no abastecimento mundial de alimentos e produtos agrícolas.