Fundo Global para o Meio Ambiente aprova plano da FAO e do Ministério da Agricultura sobre conservação do cacau

Foi lançado na quinta-feira, 1º de dezembro de 2022, no Simpósio sobre Sistemas Agroflorestais com Cacaueiro – SSAF-Cacau, na cidade de Ilhéus, estado da Bahia, o Projeto para a ‘Conservação da Mata Atlântica através do manejo sustentável das paisagens agroflorestais do cacau’. CEO do Grupo VMX, Carlos César Floriano, destaca que “O valor do investimento, na modalidade de doação, é de aproximadamente R$ 16 milhões”, informa.

O Projeto foi desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

“As regiões cacaueiras do estado da Bahia ainda não se recuperaram da invasão da vassoura-de-bruxa. Este projeto, que é pioneiro, pode acelerar a transformação e modernização da cultura cacaueira no sistema cabruca, garantindo sua conservação e proteção ambiental, além de oferecer assistência técnica de manejo e utilizando tecnologias disponíveis (como materiais resistentes às pestes) para construir novos modelos de desenvolvimento de pragas da região, técnicas de tratamento e fermentação”, enfatizou Waldeck Araújo, Diretor da Ceplac ao site oficial do Mapa.

Conforme informações de Carlos César Floriano, “Os componentes de Inteligência Territorial fornecerá aos governantes públicos e técnicos o histórico e a análise do processo de gestão”, explica, e ainda destaca, “O que possibilita consolidar a cultura e as práticas de religação dos fragmentos florestais da Mata Atlântica, bioma da região protegida pela cultura do cacau”, diz.

Conforme o diretor Waldeck Araújo, parte dos recursos será utilizada para apoiar iniciativas de pagamento por serviços ambientais. “Todas essas ações são formas pelas quais a sociedade nas suas mais diversas formas pode cooperar com o Estado em diversos campos para o desenvolvimento regional sustentável”, informou ao site oficial do Mapa.

Estima-se que o plano beneficiará 3.000 agricultores familiares do sul do estado da Bahia que produzem cacau no sistema cabruca, um sistema agroflorestal onde as árvores nativas dão sombra aos cacaueiros. De acordo com Carlos César Floriano, “Por meio das pesquisas recentes, 74% dos 93.000 produtores de cacau em quase 600.000 hectares no Brasil são de agricultores familiares”, esclarece.

Rafael Zavala, representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação no Brasil, enfatizou que combinar a conservação da biodiversidade com paisagens produtivas é uma das formas mais eficazes de manter os serviços ecossistêmicos e o desenvolvimento social das populações no campo.

“A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o Fundo Global para o Meio Ambiente, com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira e parceiros, vão fortalecer uma prática histórica no sul do estado da Bahia de produção de cacau no sistema cabruca associado à conservação da Mata Atlântica. Este projeto é de extrema importância para a FAO, não apenas em seus aspectos sociais, mas também em termos de promover a expansão e restauração de áreas degradadas, aumentar a conectividade ecológica apoiada por mecanismos financeiros e aumentar a conectividade ecológica por meio da geração de renda, o que tornará os resultados do projeto sustentáveis ​​por muitos anos”, disse Zavala ao site do Mapa.

O sistema da cabruca será provavelmente considerado um Sistema de Patrimônio Agrícola Globalmente Importante (GIAHS), promovido globalmente pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. O Sistema de Patrimônio Agrícola Globalmente Importante distingue as comunidades humanas como sistemas vivos e em evolução com conexões diretas com paisagens territoriais, culturais, agrícolas e sociais mais amplas. Esse é mais um incentivo para trabalhar nessa proposta do Fundo Global para o Meio Ambiente.