IBGE aponta que Soja lidera impacto na economia

Soja na economia

O PIB do segmento agroindustrial recuou 0,86% em junho, mas, no acumulado do semestre, registrou alta de 1,26%. No mês, tanto a indústria agrícola quanto a pecuária tiveram baixas, de 0,62% e 1,83% respectivamente. Ao contrário, para o acumulado do semestre, a agroindústria manteve avanço nos dois ramos, de 1,09% no agrícola e de 1,99% no pecuário.

Divulgado agora neste ano, o Censo Agropecuário elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que a Soja tem uma importância significativa para a economia do País.

Soja, cana-de-açúcar e milho são as lavouras que têm o maior impacto na economia do Brasil. Segundo a última edição do Censo Agropecuário, o valor da produção vegetal do país, em 2017, foi de R$ 308 bilhões; a soja, que ocupa com folga o topo do ranking, é responsável pelo aporte de R$ 104 bilhões – ou seja, mais de um terço da produção vegetal total do país.
“É um produto que gera renda e desenvolvimento para o País”, avalia Carlos Cesar Floriano, CEO do grupo VMX Agro. 

Em segundo lugar, a cana-de-açúcar contribuiu com R$ 49 bilhões, seguida pelo milho em grão, com R$ 34 bi, e o café arábica, com R$ 13,5 bi. O arroz, com R$ 8,6 bi, também teve um salto no valor de produção e subiu da sétima para a quinta posição entre 2006 e 2017.

A escalada da produção de soja pode ser observada na comparação com o Censo Agropecuário de 2006. Nesse intervalo, a área colhida aumentou 72%, o número de estabelecimentos aumentou 9% e a quantidade produzida aumentou 123%. Com isto, a soja assumiu a liderança no valor de produção pela primeira vez em um censo agropecuário, desbancando a cana-de-açúcar, tradicionalmente a campeã de valor de produção.

Maior produtor mundial

O Brasil é, hoje, o segundo maior produtor mundial de soja. Segundo dados de 2018 da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a maior parte da soja produzida no Brasil tem como destino a exportação, seja como farelo, óleo ou, principalmente, o grão, gerando U$ 40,9 bilhões de valor.  “O sucesso da produção de soja brasileira está na alta capacidade tecnológica empregada no campo, que tem excelente qualidade e produtividade”, destaca Carlos Cesar Floriano. 

O coordenador de Agropecuária do IBGE, Octávio Oliveira, explica que um dos fatores que contribuiu para o impulsionamento da produção foi o aumento da demanda por carne de frango, carne de porco e ovos. “Como tanto a soja quanto o milho são fundamentais para a ração animal, consequentemente, temos uma maior demanda por esses grãos”, explicou.
Octávio também comenta que, apesar de perder espaço para a soja, a cana tem se mantido estável, pois a demanda ainda é grande. Entre outros fatores, está a versatilidade do produto, que serve como matéria-prima para o biocombustível, o açúcar para exportação e o álcool que é adicionado à gasolina.

Investimento 

Recentemente a VMX anunciou investimentos de R$ 18 milhões na construção de uma usina de Biodiesel para produção de 10 milhões de litros por ano em Porto dos Gaúchos, Mato Grosso. Atualmente, o farelo de soja produzido pela VMX é 100% comercializado para ração animal. A decisão de implantar a unidade de transformação de Biodiesel tem como objetivo agregar mais valor ao processo utilizando o óleo de soja, seu principal coproduto e seguro como matéria-prima. “A produção de biocombustível é uma extraordinária alternativa ao diesel de petróleo pelas vantagens ambientais, o biodiesel é um combustível menos poluente, além de ser uma fonte renovável. No Brasil, cerca de 70% da operação de biodiesel é produzido com soja e o mercado europeu pode ser promissor para os nossos negócios”, conclui Carlos Cesar Floriano.