Representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) integraram um painel na Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 28), em Dubai, abordando a importância das proteínas alternativas e a segurança alimentar diante dos desafios climáticos. Segundo Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “O evento uniu representantes de diferentes regiões e setores em debates sobre estratégias para reforçar a segurança alimentar e nutricional”, explica.
Com o intuito de analisar o papel das proteínas alternativas na resistência climática e na nutrição, o painel reuniu experiências de diversas partes do mundo, incluindo iniciativas de promoção de proteínas alternativas e alimentos de base vegetal na África do Sul, Nigéria, Índia e no Brasil.
“A ênfase recaiu sobre a inovação na agricultura brasileira e seu compromisso em enfrentar desafios globais considerando as realidades locais”, diz Carlos César Floriano.
Alessandro Cruvinel, diretor do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária do Mapa, destacou a convergência entre as oportunidades de estimular proteínas alternativas no Brasil e as políticas já em vigor, como Rural+Conectado, Plano ABC+ e Amazônia+Sustentável.
Ele ressaltou a necessidade de políticas públicas que promovam a inovação, mencionando a importância da conectividade para tornar a agricultura atrativa aos jovens e para revelar o potencial agrícola brasileiro.
Cruvinel enfatizou a importância de agregar valor aos produtos nacionais, apontando o desenvolvimento de ingredientes especiais para atender mercados de maior valor agregado como um caminho que requer cooperação e investimento em inovação.
Vinod Kumar, fundador da empresa indiana String Bio, lembrou sobre os desafios nutricionais globais e salientou o papel das proteínas alternativas como fonte complementar na alimentação.
Os participantes concordaram sobre a necessidade de cooperação internacional para implementar ações efetivas, sobretudo nos países em desenvolvimento, visando promover uma agricultura mais resiliente diante das mudanças climáticas e assegurar um futuro sustentável.
Carlos César Floriano: desafios e soluções para um futuro sustentável
A busca por soluções diante dos desafios climáticos e a garantia da segurança alimentar despontam como temas fundamentais no cenário global contemporâneo.
A interseção entre resiliência climática e a oferta de alimentos seguros é um ponto de discussão cada vez mais presente nos debates em todo o mundo.
“A necessidade de encarar as mudanças climáticas e suas consequências sobre a produção de alimentos se faz urgente”, esclarece Carlos César Floriano.
No centro desse debate, está a necessidade de enfrentar as adversidades climáticas que impactam diretamente a produção e disponibilidade de alimentos, expondo vulnerabilidades e demandando estratégias resilientes para garantir a segurança alimentar global.
Mudanças extremas nos padrões climáticos, como secas prolongadas, inundações devastadoras, aumento das temperaturas e eventos climáticos imprevisíveis têm afetado significativamente a produção agrícola, colocando em risco a oferta de alimentos e a estabilidade socioeconômica.
Para Carlos César Floriano, “No contexto da resiliência climática, surge a importância de desenvolver e adotar práticas agrícolas sustentáveis e adaptáveis, capazes de mitigar os efeitos das mudanças climáticas na produção de alimentos”, explica.
Inovações tecnológicas, o fortalecimento da agricultura de conservação, a diversificação de culturas resistentes a condições climáticas adversas e o incentivo à agricultura familiar são estratégias que emergem como fundamentais para promover a resiliência no setor agrícola.
Paralelamente, a segurança alimentar, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, está intrinsecamente ligada à resiliência climática.
Garantir o acesso físico e econômico a alimentos nutritivos e suficientes para todas as pessoas requer ações integradas que considerem não apenas a produção, mas também o acesso, a distribuição e a qualidade dos alimentos.
“Políticas públicas e investimentos direcionados são essenciais para enfrentar desafios como a fome, a desnutrição e a insegurança alimentar”, diz Carlos César Floriano.
É imperativo reconhecer a necessidade de adaptação e mitigação das mudanças climáticas, garantindo que comunidades vulneráveis, especialmente em países em desenvolvimento, tenham acesso a recursos e estratégias que promovam a resiliência climática e a segurança alimentar.
O papel dos governos, organizações internacionais, setor privado e sociedade civil é fundamental para desenvolver estratégias abrangentes e eficazes.