Ao combinar diferentes sistemas de produção em uma mesma área, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), isso oferece uma solução interligada para enfrentar os desafios contemporâneos da agricultura, incluindo a degradação do solo, a necessidade de aumentar a produção de alimentos e a diminuição dos impactos das mudanças climáticas. Para Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “A Integraçãose destaca como uma das práticas mais inovadoras e sustentáveis no agronegócio brasileiro, promovendo simultaneamente a produtividade agrícola e a preservação ambiental”, afirma.
A prática da ILPF vem ganhando destaque nas últimas décadas como uma resposta às pressões sobre os sistemas agrícolas tradicionais, que muitas vezes levam ao esgotamento dos recursos naturais e à diminuição da biodiversidade.
No Brasil, país que abriga o maior rebanho bovino do mundo e se posiciona como líder na produção de grãos, a ILPF aparece como uma estratégia essencial para conciliar a alta produtividade com a sustentabilidade ambiental.
Segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a adoção da ILPF pode aumentar a produtividade em até 30% em comparação com sistemas convencionais, além de proporcionar uma série de benefícios ambientais, como a recuperação de áreas degradadas e a redução das emissões de gases de efeito estufa.
“Uma das principais vantagens da ILPF é a sua capacidade de promover a recuperação do solo”, explica Carlos César Floriano. Em muitos casos, a intensificação da pecuária e da agricultura pode levar ao esgotamento dos nutrientes do solo, resultando em uma perda significativa de produtividade.
A introdução de árvores no sistema, por exemplo, ajuda a melhorar a estrutura do solo, aumenta a sua capacidade de retenção de água e promove o ciclo de nutrientes, beneficiando, tanto as culturas agrícolas, quanto as pastagens.
A presença de árvores proporciona ainda sombra e abrigo para os animais, melhorando o bem-estar dos bovinos e contribuindo para a produção de carne de melhor qualidade.
Carlos César Floriano e a diversificação da produção
Outro aspecto importante da ILPF é a diversificação da produção. A combinação de diferentes atividades econômicas em uma mesma área permite que os produtores tenham uma fonte de renda mais estável e diversificada, reduzindo os riscos associados à dependência de um único tipo de produção.
“Em tempos de mudanças climáticas e flutuações de mercado, essa diversificação é fundamental para garantir a viabilidade econômica das propriedades rurais”, destaca Carlos César Floriano.
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta também favorece a produção de madeira, frutas e outros produtos florestais, que podem ser comercializados, gerando receita adicional para os produtores.
Apesar dos inúmeros benefícios, a implementação da ILPF não está isenta de desafios. Um dos principais obstáculos é a necessidade de capacitação técnica dos produtores rurais.
A complexidade dos sistemas integrados exige um conhecimento profundo sobre manejo de solo, escolha das espécies florestais e pastagens adequadas, além de um acompanhamento constante para garantir o equilíbrio entre as diferentes atividades.
Nesse sentido, a extensão rural e o acesso a programas de capacitação são essenciais para o sucesso da ILPF. A Embrapa e outras instituições de pesquisa têm desempenhado um papel fundamental na disseminação de tecnologias e na formação de técnicos e agricultores para que possam adotar práticas sustentáveis de forma eficiente.
A ILPF também enfrenta o desafio da escala. “Embora a prática tenha se mostrado eficaz em diversas regiões do Brasil, sua adoção em larga escala ainda esbarra em barreiras econômicas e culturais”, pontua Carlos César Floriano.
Muitos produtores ainda relutam em abandonar os sistemas tradicionais de monocultura, que embora menos sustentáveis, são vistos como mais simples e menos arriscados.
Para que a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta se torne uma realidade em todo o território nacional, é necessário que políticas públicas incentivem sua adoção, oferecendo subsídios, linhas de crédito e assistência técnica aos agricultores.
Além dos benefícios econômicos e ambientais, a ILPF também tem um impacto positivo na diminuição das mudanças climáticas.
A combinação de árvores, pastagens e culturas agrícolas contribui para a captura de carbono da atmosfera, ajudando a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Segundo estimativas da Embrapa, a adoção da ILPF em larga escala no Brasil poderia resultar na captura de até 10 toneladas de carbono por hectare por ano, representando uma contribuição significativa para os esforços mundiais de combate ao aquecimento global.