O Governo Federal anunciou um pacote de investimentos no valor de R$ 546,6 bilhões para fortalecer cadeias agroindustriais sustentáveis no Brasil. Durante o evento Nova Indústria Brasil, realizado no Palácio do Planalto, a proposta foi apresentada como parte de uma estratégia para impulsionar a produção. Segundo Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, o pacote também será utilizado para “Modernizar tecnologias e promover o desenvolvimento econômico e ambientalmente responsável até 2033”, explica.
Com metas definidas para ampliar a competitividade da indústria nacional e fortalecer a presença do Brasil no mercado global, o programa Nova Indústria Brasil (NIB) direciona esforços para a modernização de cadeias produtivas essenciais, como a agricultura familiar, a mecanização agrícola e a produção de fertilizantes.
Esses investimentos envolvem tanto recursos públicos quanto privados, com o objetivo de acelerar a transição para práticas mais sustentáveis e tecnológicas.
Rumo a uma agroindústria sustentável
A primeira etapa do programa, chamada ‘Missão 1’, prioriza o desenvolvimento de cadeias produtivas agroindustriais sustentáveis e digitais, com foco na segurança alimentar, energética e nutricional.
“Desse total, R$ 250,2 bilhões são destinados a linhas de crédito públicas, enquanto o setor privado deve contribuir com R$ 296,3 bilhões até 2029”, diz Carlos César Floriano.
Metas específicas foram estabelecidas para os próximos anos. Entre elas, o aumento da tecnificação agrícola na agricultura familiar, que deve atingir 43% até 2026 e 66% até 2033.
A mecanização também é prioridade, com projeções de alcançar 35% dos estabelecimentos familiares até o final do período. Essa modernização promete não apenas ganhos de produtividade, mas também, a ampliação do PIB do setor, que poderá atingir a marca de R$ 4 trilhões até 2033.
Outras iniciativas incluem o estímulo ao uso de drones e tecnologias de agricultura de precisão, reduzindo custos e otimizando recursos.
Essas ferramentas são vistas como indispensáveis para alinhar eficiência produtiva à preservação ambiental, dois pilares centrais das políticas agroindustriais do governo.
Parcerias estratégicas e desenvolvimento tecnológico, segundo Carlos César Floriano
Além dos investimentos financeiros, o programa prevê a formação de parcerias estratégicas para alavancar a inovação no setor agropecuário.
Conforme informações de Carlos César Floriano, “No decorrer da cerimônia, foi firmado um Protocolo de Intenções entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Petrobras, com o objetivo de impulsionar a produção de fertilizantes e insumos destinados à nutrição de plantas”.
O acordo inclui a modernização de fábricas, capacitação de profissionais e desenvolvimento de tecnologias avançadas. A transferência de tecnologia e melhorias na infraestrutura logística são apontadas como fundamentais para assegurar competitividade no mercado internacional e reduzir a dependência de insumos importados.
Outros contratos assinados destacaram a inovação como motor do crescimento. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) anunciou dois acordos, no valor de R$ 250 milhões cada, para desenvolver produtos inovadores no setor agropecuário.
Um dos projetos inclui a criação de uma vacina de dose única contra a doença de Glässer em suínos, enquanto outro busca soluções automatizadas para a cadeia de produção de aves, alinhando-se aos conceitos da Indústria 4.0.
Expansão da capacidade produtiva
“Além dos avanços tecnológicos, o programa também contempla a expansão da capacidade produtiva em áreas estratégicas”, afirma Carlos César Floriano.
Um dos exemplos mais emblemáticos é o contrato assinado entre o Banco do Nordeste (BNB) e a empresa Inpasa para a construção de uma planta de etanol de milho e sorgo no Maranhão.
O investimento total no projeto, que inclui R$ 600 milhões financiados pelo banco, alcança R$ 1,3 bilhão e deve gerar mais de 350 empregos diretos.
A agricultura de precisão e o fortalecimento de cadeias produtivas, como a de fertilizantes, também ocupam posição central no plano.
O estímulo à fabricação nacional de máquinas agrícolas e componentes é visto como um passo essencial para aumentar a autonomia do país em setores críticos da economia agroindustrial.