As Portarias SPA/MAPA, de nº 266 a nº 278, foram publicadas na quarta-feira, 13 de julho de 2022, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Diário Oficial da União com a atualização no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para as lavouras das maçãs nas regiões sudeste e sul.
A modernização das informações inclui diversas alterações na descrição técnica e acréscimo de áreas de cobertura, agregando uma nova área com potencial de produção climática no Zarc da maçã no Rio Grande do Sul.
Para as demais culturas, foi utilizado o mesmo método, onde a classificação foi baseada na disponibilidade hídrica e nos índices de temperatura de cada área avaliada para as diferentes fases da cultura. Os níveis de risco podem variar de 20%, 20% a 30%, 30% a 40% e mais de 40%. Neste método, áreas com risco de até 20% são as mais indicadas, e áreas com risco de mais de 40% não são aconselhadas a cultivar maçãs.
Conforme detalha Gilmar Nachtigall, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Uva e Vinho e um dos diretores do Zoneamento Agrícola de Risco Climático Maçã, a abordagem envolve a construção a partir de informações meteorológicas.
De acordo com esta pesquisa, foram identificados três tipos de áreas para acúmulo de frio no inverno: baixa, média e alta. Essas definições cruzam-se com as informações fenológicas (ou seja, o ramo da Ecologia que estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições do ambiente, tais como temperatura, luz e umidade) das produções, admitindo a definição de sugestões de plantio adequadas às distintas regiões climáticas para a cultura das maçãs. “Com esses dados, produtores rurais e técnicos podem projetar de maneira mais adequada os sistemas de cultivo a serem empregados para evitar que as adversidades climáticas coincidam com as fases mais sensíveis da safra, minimizando assim o risco de perda de produção”, explicou Gilmar Nachtigall ao site oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Outro detalhe destacado pelos pesquisadores, é que o Zoneamento Agrícola de Risco Climático Maçã privilegia o cultivo de variedades de maçã que exigem invernos mais intensos, como as variedades do Grupo Fuji e Gala cultivados em áreas com tais condições. Em áreas com baixo acúmulo de frio, são recomendadas variedades com menor necessidade deste tipo de acúmulo, como as variedades Condessa, Julieta, Eva, e Princesa.
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático, ou seja, o Zarc, é um instrumento de verificação de risco derivada da variabilidade climática, que leva em consideração as características das plantações e dos solos, indicando áreas e períodos de menor risco climático do Brasil, identificando as áreas mais adequadas ao plantio para reduzir as perdas e garantir mais rendimentos garantidos. Ao mesmo tempo, admite que os produtores dessas cidades tenham acesso ao seguro rural, ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e ao crédito rural.
Base da informação
A base da informação meteorológica usada na atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático é composta por cerca 30 anos de séries históricas de redes terrestres, meteorológicas e pluviométricas, estações convencionais e automáticas, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do sistema HidroWeb, administrado pelo Serviço Nacional de Águas Agências, Centros de Previsão do Tempo e Pesquisas Climáticas (CPTEC/INPE) e redes nacionais mantidas por órgãos públicos ou empresas.
App Plantio Certo
Agricultores e demais agentes do agro brasileiro podem acessar os dados oficiais do Zoneamento Agrícola de Risco Climático por meio de smartphones ou tablets de maneira mais prática, facilitando a orientação sobre os programas de política agrícola do governo do Brasil. O App móvel “Zarc Plantio Certo”, elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agricultura Digital (Campinas/SP), está disponível nas seguintes lojas de aplicativos: Android e iOS.
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