Na véspera da COP 28, os Ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, delinearam, em reunião, as iniciativas conjuntas que podem ser apresentadas no encontro internacional, visando uma abordagem sustentável na produção de alimentos no Brasil. Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, destaca que, “Entre os pontos centrais discutidos está o projeto de transformação de pastagens pouco produtivas, que busca ampliar a produção de alimentos de forma sustentável”.
A proposta apresentada pelos ministros não visa à expansão sobre áreas de florestas, mas sim, à recuperação de pastagens degradadas, alinhando-se à pesquisa conduzida pela Embrapa.
O incentivo à conversão representa um apoio às práticas sustentáveis e à luta contra o desmatamento, destacou Fávaro. Marina reforçou a importância dessa abordagem para a segurança alimentar nacional e global, ressaltando a possibilidade de uma contribuição do Brasil ao mundo, mantendo a sustentabilidade econômica, ambiental e social.
“O Plano Safra 2023/2024, por exemplo, propõe melhores taxas de juros para os produtores que adotarem e intensificarem práticas sustentáveis”, explica Carlos César Floriano.
Esta iniciativa é parte dos esforços do governo para combater o desmatamento ilegal, o que impacta positivamente no comércio agropecuário e na reputação do Brasil no cenário internacional.
Carlos César Floriano: programa de conversão de pastagens
O programa de conversão de pastagens pretende incorporar até 40 milhões de hectares em sistemas de Integração Lavoura-Pasto-Floresta (ILPF) ao longo de 10 anos, representando um avanço similar às últimos cinco décadas.
O Brasil almeja se tornar um grande exportador de sustentabilidade em todos os setores, principalmente na agricultura, afirmou Marina. A produtividade agropecuária cresceu significativamente nas últimas décadas, graças à pesquisa, tecnologia e condições climáticas favoráveis.
O ministro Fávaro destacou que os produtores têm duas opções: seguir o caminho arriscado de embargos por desmatamento ilegal ou optar por incentivos para intensificar suas atividades, crescendo em áreas degradadas e oferecendo produtos com maior valor agregado.
Este encontro demonstra o comprometimento do Brasil em criar políticas que unam produtividade e preservação ambiental, delineando estratégias que buscam um equilíbrio entre o crescimento econômico e a conservação do meio ambiente.
O combate ao desmatamento no Brasil não apenas influencia significativamente as questões ambientais, mas também desempenha um papel importante no cenário financeiro global. “É uma batalha que transcende as fronteiras geográficas e afeta direta e indiretamente múltiplos setores da economia mundial”, esclarece Carlos César Floriano.
No contexto brasileiro, a preservação das florestas amazônicas e outras áreas naturais é essencial para a estabilidade dos ecossistemas, mantendo o equilíbrio climático, a conservação da biodiversidade e a regulação dos recursos hídricos.
O desmatamento acentuado compromete diretamente essas funções, contribuindo para a perda de habitats naturais, extinção de espécies e acentuação das mudanças climáticas. Para Carlos César Floriano, “Esses impactos têm um custo imensurável para a vida no país e para todo o planeta”, relata.
Além disso, o desmatamento também influencia os mercados financeiros e a economia do Brasil. A degradação das florestas resulta na perda de serviços ecossistêmicos, afetando a agricultura, a produção de alimentos e a disponibilidade de recursos naturais no país.
Isso pode levar a instabilidades nos mercados de commodities, aumentando os preços e afetando a segurança alimentar em diferentes regiões.
O Brasil, que possui uma das maiores áreas florestais do mundo, enfrenta desafios econômicos quando confrontado com a degradação ambiental.
Setores como o turismo ecológico, a biotecnologia e a pesquisa científica são prejudicados pela perda de habitats e pela diminuição da diversidade biológica, impactando diretamente o crescimento econômico e a criação de empregos no país.