O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou diversas reuniões com enviados das divisões de carbono, bioinsumos, tecnologia financeira, conhecidas também como fintechs, e agro digital, com a principal meta de elaborar uma publicação de política pública em prol do produtor rural empenhado com o desenvolvimento sustentável do agronegócio.
As reuniões foram realizadas nas dependências da Superintendência Federal de Agricultura (SFA), na cidade de São Paulo, sendo sempre lideradas pelo ministro Carlos Fávaro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O projeto enfatiza o financiamento diferenciado, levando em conta critérios como sequestro de carbono, uso de bioinsumos e práticas sociais favoráveis aos trabalhadores, especialmente os rurais. Dezenas de empresários e produtores rurais dos setores envolvidos apresentaram sugestões para viabilizar essa estratégia e destacaram os principais obstáculos para implantar um mecanismo simplificado na cadeia produtiva.
A fintech Campo Capital, por exemplo, já financia produtores de café da região com taxas diferenciadas, baseadas em três categorias: os “produtores responsáveis”, que cumprem em sua totalidade a legislação brasileira; a categoria “verde”, que oferece vantagens aos produtores com alguma certificação que pode ser auditada; e a categoria “sustentável”, que promove descontos para os cafeicultores que pretendem utilizar o financiamento para a adoção de novas práticas sustentáveis.
A fintech já planeja conceder, inclusive, descontos adicionais para os produtores rurais que pratiquem a agricultura regenerativa em suas propriedades.
O Assessor Especial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Ernesto Augustin, afirmou que as certificações que garantem práticas sustentáveis precisam ser simplificadas e auditáveis. O coordenador-geral da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Alessandro Cruvinel Fidelis, destacou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) busca uma forma de validar algumas práticas para tornar o processo ainda mais ágil.
As fintechs presentes na reunião afirmaram que, no momento, o volume de recursos para crédito é mais importante do que as taxas variáveis de juros, pois, com recursos disponíveis, o mercado se autorregulamentaria e a competição entre empresas forçaria uma baixa nas taxas de juros.
O Brasil possui atualmente 1.289 fintechs, com 100 milhões de clientes e gerando 100 mil empregos formais, movimentando R$ 50 bilhões em investimento direto. Metade dessas empresas são associadas à Associação Brasileira de Fintechs (ABFintech).
O que são Fintechs?
Fintechs são empresas de tecnologia financeira, que utilizam tecnologias avançadas, como inteligência artificial, big data e blockchain, para inovar e oferecer soluções financeiras mais acessíveis, rápidas e eficientes.
Essas empresas atuam em diferentes áreas do setor financeiro, como pagamentos, investimentos, empréstimos, seguros e análise de crédito. Elas têm como objetivo principal revolucionar a forma como as pessoas lidam com seu dinheiro, oferecendo serviços financeiros inovadores e mais acessíveis do que as instituições financeiras tradicionais.
Além disso, as fintechs buscam tornar o processo de gestão financeira mais fácil e ágil, por meio de APPs (aplicativos) e plataformas on-line, que permitem aos clientes gerenciar suas finanças de forma rápida e eficiente, sem precisar sair de suas residências.