Foi lançado pelo Governo Federal na sexta-feira, 11 de março de 2022, no Palácio do Planalto, em Brasília, o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) com o principal objetivo de reduzir a dependência brasileira das importações destes insumos para o setor do agronegócio do Brasil. Segundo o CEO do Grupo VMX, Carlos César Floriano, “O Plano Nacional de Fertilizantes será uma referência para o setor até 2050”, explica.
O PNF, ao longo dos próximos 28 anos, promoverá o desenvolvimento da agricultura brasileira levando em consideração o complexo setor do agronegócio, que é composto pelos produtores rurais, pela indústria, novas tecnologias, o uso dos adubos minerais, a sustentabilidade do meio ambiente e a inovação presente neste ramo.
Em meio à incerteza global sobre a disponibilidade dos fertilizantes e os insumos, os preparativos para o plano começaram em 2021 e foram formalizados pelo Decreto nº 10.99. O documento também instituiu o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas, órgão que será responsável pela fiscalização e coordenação para a implantação do Plano Nacional de Fertilizantes.
O Brasil ocupa atualmente o quarto lugar no mundo, respondendo por cerca de 8% do consumo global de fertilizantes, sendo o potássio o principal nutriente (38%) utilizado pelos produtores brasileiros. Nessa sequência, o fósforo respondeu por 33% do consumo total de fertilizantes e o nitrogênio por 29%. Os três insumos juntos deram origem à sigla NPK e, portanto, são utilizados em áreas rurais. As culturas que mais necessitam de fertilizantes são da cana-de-açúcar, milho e soja, que respondem por mais de 73% do consumo de adubos no Brasil.
Conforme as informações da Associação Nacional de Difusão de Adubos, mais de 85% dos fertilizantes químicos utilizados no país são importados e, desta maneira, o Brasil é altamente dependente da compra de fertilizantes químicos produzidos por poucos fornecedores e o país fica vulnerável a qualquer oscilação de distribuição e dos preços internacionais de adubos e seus insumos.
Carlos César Floriano e os maiores exportadores de fertilizantes para o Brasil em 2020
Conforme os dados do Ministério da Economia, em 2021, os dez países que mais exportaram fertilizantes para o Brasil foram a Rússia, a China, o Canadá, o Marrocos, a Bielorússia, os Estados Unidos, o Catar, o Israel, o Egito e a Alemanha. Com a implantação do Plano Nacional de Fertilizantes, a meta é diminuir gradativamente, até o ano de 2050, a dependência internacional dos adubos importados.
O Plano Nacional de Fertilizantes tentará reequilibrar a produção nacional e as compras do exterior, atendendo ao aumento da procura por insumos e tecnologias de adubos. O objetivo é reduzir a dependência das importações de 85% para 45% até 2050, mesmo que a demanda por adubos dobre neste período. Segundo representantes do Governo Federal, a meta não é do Brasil se tornar autossuficiente, mas de ter autonomia e reduzir o percentual de dependência externa no fornecimento de fertilizantes aos produtores rurais.
Para isso, será necessário fortalecer a ‘diplomacia de fertilizantes’ para expandir as relações de fornecimento desses nutrientes globalmente e, desta maneira, superar os desafios e manter a maior riqueza brasileira, o agronegócio próspero e competitivo, que torna o Brasil e o mundo mais seguro quando o assunto é a disponibilidade alimentar.
A necessidade de nutrientes para as plantas é proporcional ao tamanho da agricultura brasileira e, o Plano Nacional de Fertilizantes, reduzirá a dependência da importação do insumo, vencendo a crise atual, bem como, resolver os problemas estruturais de longo prazo. O Plano deve atingir 80 metas, incluindo o incentivo ao uso de tecnologias inovadoras.