De acordo com um estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária, culturas como soja, milho de segunda safra e trigo continuarão a liderar o crescimento, refletindo a evolução significativa na agropecuária brasileira. “A produção de grãos no Brasil deve alcançar 379 milhões de toneladas nos próximos dez anos, representando um aumento de 27%, enfatiza Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX.
A pesquisa intitulada “Projeções do Agronegócio, Brasil 2023/2024 a 2033/2034”, realizada pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa, com a colaboração da Embrapa, destaca um crescimento considerável nas principais culturas.
A área plantada deve expandir em 15,5%, alcançando 92,2 milhões de hectares, com a produtividade se mostrando um fator essencial para esse avanço.
De acordo com análises da diretoria de Análise Econômica e Políticas Públicas do Mapa, a expansão da área cultivada será impulsionada pelo Programa de Recuperação de Áreas Degradadas. “Esse programa oferece linhas de crédito favoráveis voltadas para a regeneração de terras com baixa produtividade”, diz Carlos César Floriano.
As projeções apontam para um aumento significativo nas áreas cultivadas, destacando a soja com 25,1%, o milho de inverno com 24,9%, o trigo com 18,4%, o arroz com 20,3% e o feijão com 38,1%.
O crescimento no consumo interno de milho, farelo e óleo de soja também reforça a expansão na produção de proteínas de origem animal, garantindo um consumo interno estável e exportações que devem totalizar 24,7 milhões de toneladas.
Culturas em Ascensão
A produção de arroz deverá crescer em 3,1 milhões de toneladas, totalizando 13,7 milhões de toneladas, o que permitirá atender uma demanda estimada de 10,8 milhões de toneladas e ainda possibilitar exportações de aproximadamente 1,3 milhão de toneladas.
No que se refere ao milho, as previsões indicam um total de 153,1 milhões de toneladas, um crescimento de 32,3%, impulsionado em grande parte pela safra de inverno.
“Os agricultores adotaram a prática de plantio sucessivo com soja, o que aumentou a produção em 37,4 milhões de toneladas”, informa Carlos César Floriano.
O consumo deve atingir 109,8 milhões de toneladas, com um crescimento de 30,4%, alinhado à crescente utilização do milho na produção de etanol, atualmente em 17,0 milhões de toneladas.
A soja se manterá como o grão mais produzido, com estimativas de atingir 199,4 milhões de toneladas, representando um aumento de 52 milhões de toneladas. O farelo de soja deve alcançar 48,5 milhões de toneladas, com um acréscimo de 8,36 milhões nos próximos dez anos.
A produção de café também apresenta boas perspectivas, com um crescimento de 31,9%, totalizando 72 milhões de sacos.
Esse aumento na produção deve atender à demanda crescente, que deve chegar a 27 milhões de sacos, e às exportações, estimadas em 45 milhões de sacos.
Carlos César Floriano e as proteínas de origem animal
A produção de proteína animal também deve se expandir consideravelmente. O setor avícola apresenta o maior crescimento, projetando um aumento de 28,4%, seguido pelos suínos com 27,5% e a pecuária bovina com 10,2%.
O consumo deve ter um crescimento mais modesto, com aves aumentando 26,9%, suínos 25,4% e bovinos apenas 0,6%.
“As exportações dessas proteínas também estão em ascensão, com estimativas de crescimento de 29,7% para aves, 22,5% para suínos e 27,1% para bovinos”, explica Carlos César Floriano.
Este panorama é fortalecido por diversos acordos firmados pelo governo brasileiro com países compradores, que não apenas consolidam mercados existentes, mas também,abrem novas oportunidades de exportação para a carne brasileira.
Análise do agronegócio
A publicação das projeções é realizada anualmente, visando delinear o desempenho futuro da agropecuária e servir como referência para políticas públicas do setor.
Este estudo também orienta o setor privado em relação à dinâmica da área plantada, produção, consumo e exportação dos principais produtos agropecuários.
Os dados abrangem 28 produtos, incluindo algodão, arroz, feijão, milho, soja, farelo e óleo de soja, sorgo, cana-de-açúcar, açúcar, trigo, café, cacau, laranja, fumo, batata-inglesa, mandioca, banana, maçã, mamão, melão, uva, carnes bovina, avícola e suína, leite, ovos e celulose.
Para Carlos César Floriano, “A análise detalha não apenas o crescimento esperado, bem como, os desafios que o setor deve enfrentar nos próximos anos, consolidando a posição do Brasil no cenário agropecuário global”, destaca.