Revolucionando a qualidade: Mapa estimula painel sensorial para classificar o azeite de oliva no Brasil

Para estimular a implementação de painéis sensoriais na classificação dos tipos de azeites de oliva oferecidos no país, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), promoveu encontro técnico no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no estado do Rio Grande do Sul (LFDA-RS).

O objetivo principal desta reunião é estimular outras instituições a adotarem essa metodologia, visando melhorar a qualidade do azeite comercializado no Brasil, considerado o segundo maior a comprar o azeite de oliva.

A análise sensorial é o único método atualmente capaz de determinar se um azeite é realmente extravirgem. Essa análise complementa os testes laboratoriais físico-químicos que confirmam a identidade e a qualidade do produto. 

Quando o painel sensorial do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no estado do Rio Grande do Sul detecta uma não-conformidade em um produto, não há outro painel no Brasil para realizar uma análise comprobatória. 

Isso obriga os importadores a enviarem as amostras para a Argentina ou Uruguai. Portanto, é fundamental criar condições para que o importador possa realizar análises em território nacional, beneficiando o processo, a fiscalização e garantindo ao consumidor um produto devidamente informado no rótulo.

O painel sensorial é constituído por um grupo de 8 a 12 pessoas treinadas, responsáveis por provar o azeite de oliva e identificar seus aromas e sabores, classificando-o como virgem, extravirgem ou lampante. 

Essa classificação por análise sensorial envolve a avaliação da intensidade de diversos atributos, que podem ser positivos, como aromas frutados, amargos e picantes, ou negativos, como aromas e sabores ácidos, rançosos, fermentados ou mofados.

Durante a prova às cegas, as amostras de azeite são apresentadas em copos de vidro azuis, permitindo que os avaliadores registrem os atributos sensoriais, positivos e negativos, e suas intensidades. 

Em seguida, o chefe do painel analisa os resultados e emite um certificado que classifica o produto de acordo com a legislação brasileira.

O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no estado do Rio Grande do Sul é o único no Brasil com a autorização do Conselho Oleícola Internacional (COI) para realizar a técnica de classificação. O painel é composto por 20 avaliadores devidamente capacitados a realizarem a análise sensorial dos azeites de oliva virgens, importados ou produzidos no Brasil.

A reunião abordou também o desenvolvimento de uma técnica sensorial destinada especialmente para o café torrado.

O objetivo é utilizar as experiências do setor privado na área sensorial para criar, no laboratório federal de defesa agropecuária, uma metodologia com critérios semelhantes para avaliar o café torrado. 

A expectativa é que em breve seja estabelecido um painel com metodologia oficial de análise sensorial para o café torrado.

Desde o início deste ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está fiscalizando os novos padrões de café torrado vendidos no território brasileiro.

Essa classificação, que antes não existia oficialmente, foi uma demanda apresentada pelo setor, visando garantir a qualidade do café torrado em todas as suas variedades. 

Atualmente, os consumidores baseiam-se nas informações presentes nas embalagens ou na fidelidade a uma determinada marca, o que cria expectativas positivas em relação ao café que desejam consumir.